JÚRI

Caso Ariane: Enzo é condenado a 15 anos por morte de jovem em Goiânia

Conhecido como Freya, ele foi o único dos acusados julgados nesta data

Enzo Jacomini Carneiro Matos, um dos acusados do assassinato da jovem Ariane Bárbara Laureano de Oliveira, foi condenado em júri popular nesta segunda-feira (13) a 15 anos de prisão. Foram 14 anos de reclusão pelo crime de homicídio e 1 ano pelo crime de ocultação de cadáver. Conhecido como Freya, ele foi o único dos acusados julgados nesta data.

“O acusado merece aguardar o trânsito em julgado da sentença preso no estabelecimento prisional em que se encontra, em razão da condenação e em função de, no meu entendimento, ainda persistirem os motivos ensejadores da prisão anteriormente decretada”, escreve o juiz Jesseir Coelho de Alcântara. Cabe recurso.

O crime aconteceu em agosto de 2021, depois que Raíssa Nunes Borges, amiga da vítima, quis testar se era ou não psicopata. Os réus permanecem presos. O julgamento acontece desde às 8h30, no Fórum Civel, em Goiânia, em sessão presidida pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara.

Além de Enzo, o acusado Jeferson Cavalcante Rodrigues também seria julgado hoje. A defesa dele, no entanto, entrou com recurso e alegou que não houve tempo hábil para se inteirar sobre o assunto, já que o documento foi inserido no Projudi, sistema do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), apenas no sábado (11). O juiz acatou o pedido e o réu enfrentará julgamento em outra oportunidade, assim como Raíssa, que também interpôs recurso.

Caso Ariane Bárbara: relembre o crime

A vítima foi encontrada morta em uma mata no setor Jaó, em Goiânia, após sair para encontrar com os amigos. De acordo com a denúncia, o homicídio ocorreu por volta das 21 horas de 24 de agosto de 2021.

Segundo a investigação, Jeferson, Raíssa, Enzo e uma menor conheceram Ariane por frequentarem uma pista de skate pública em Goiânia. Raíssa, então, decidiu realizar um” teste prático” com ela mesma, a fim de averiguar se possuía psicopatia, se colocando à prova quanto à coragem para tirar friamente a vida de um ser humano e não sentir remorsos.

Diante disso, Jeferson, Enzo e a adolescente resolveram auxiliar Raíssa a executar o plano dela. O grupo chamou a vítima para um passeio com lanche e afirmou que levaria a vítima de volta para casa em seguida. Porém, mataram-na no trajeto.

Ariane foi colocada no banco de trás do carro, entre a adolescente e Raíssa. Jeferson passou a dirigir pela cidade e, em determinado momento, colocou para tocar uma música e estalou os dedos, sinais esses previamente pactuados como indicativos do momento em que a execução deveria começar.

Imediatamente, Raíssa tentou estrangular Ariane, mas a força empregada foi insuficiente. Ainda, com o veículo em movimento, Enzo trocou de assento com Raíssa e passou a enforcar a vítima pelas costas, golpe conhecido por “mata-leão”, fazendo com que Ariane desmaiasse.

Raíssa voltou para o banco de trás, quando ela e a menor pegaram facas, que estavam guardadas em um compartimento atrás do banco do motorista, e efetuaram diversos golpes em Ariane, causando-lhe lesões corporais que evoluíram para a morte dela.

Após matarem a vítima, Jeferson parou o veículo para que Raíssa e a menor colocassem o corpo dela no porta-malas. Enzo indicou um matagal que era de seu conhecimento, situado no Setor Jaó, como sendo um lugar propício para desovarem o cadáver da jovem. Ao chegarem no destino, os denunciados carregaram o corpo de Ariane na mata e lá o cobriram de terra e pedras. Depois de esconderem o cadáver, eles foram até um banheiro público localizado na galeria Pátio do Lago, para se limparem, e, em seguida, pararam para lanchar.