JULGAMENTO

Caso Ariane: Justiça marca júri de Raissa e Jeferson, acusados pela morte da jovem em 2021

O terceiro envolvido, Enzo Jacomini, foi condenado em 13 de março a 15 anos de prisão

Juiz da 3ª Vara dos Crimes Dolosos Contra a Vida e Tribunal do Júri da comarca de Goiânia, Jesseir Coelho marcou o júri dos réus Raissa Nunes Borges e Jeferson Cavalcante Rodrigues, acusados de participarem do assassinato da jovem Ariane Bárbara Laureano de Oliveira, de 18 anos, em 24 de agosto de 2021, no setor Jaó. Eles irão a julgamento em 29 de agosto deste ano.

O terceiro envolvido no crime, Enzo Jacomini Carneiro Matos, foi condenado em júri popular 13 de março deste ano a 15 anos de prisão. Foram 14 anos de reclusão pelo crime de homicídio e 1 ano pelo crime de ocultação de cadáver. Conhecido como Freya, ele foi o único dos acusados julgados nesta data.

Os advogados de Jeferson e Raíssa interpuseram recurso, por isso eles não enfrentaram o júri na mesma data de Enzo. A alegação foi falta de tempo hábil para se aprofundarem no assunto. Os três seguem presos.

Vale citar, o crime aconteceu depois que Raissa, então amiga da vítima, quis testar se era ou não psicopata. 

Caso Ariane Bárbara: relembre o crime

A vítima foi encontrada morta em uma mata no setor Jaó, em Goiânia, após sair para encontrar com os amigos. De acordo com a denúncia, o homicídio ocorreu por volta das 21 horas de 24 de agosto de 2021.

Segundo a investigação, Jeferson, Raíssa, Enzo e uma menor conheceram Ariane por frequentarem uma pista de skate pública em Goiânia. Raíssa, então, decidiu realizar um” teste prático” com ela mesma, a fim de averiguar se possuía psicopatia, se colocando à prova quanto à coragem para tirar friamente a vida de um ser humano e não sentir remorsos.

Diante disso, Jeferson, Enzo e a adolescente resolveram auxiliar Raíssa a executar o plano dela. O grupo chamou a vítima para um passeio com lanche e afirmou que levaria a vítima de volta para casa em seguida. Porém, mataram-na no trajeto.

Ariane foi colocada no banco de trás do carro, entre a adolescente e Raíssa. Jeferson passou a dirigir pela cidade e, em determinado momento, colocou para tocar uma música e estalou os dedos, sinais esses previamente pactuados como indicativos do momento em que a execução deveria começar.

Imediatamente, Raíssa tentou estrangular Ariane, mas a força empregada foi insuficiente. Ainda, com o veículo em movimento, Enzo trocou de assento com Raíssa e passou a enforcar a vítima pelas costas, golpe conhecido por “mata-leão”, fazendo com que Ariane desmaiasse.

Raíssa voltou para o banco de trás, quando ela e a menor pegaram facas, que estavam guardadas em um compartimento atrás do banco do motorista, e efetuaram diversos golpes em Ariane, causando-lhe lesões corporais que evoluíram para a morte dela.

Após matarem a vítima, Jeferson parou o veículo para que Raíssa e a menor colocassem o corpo dela no porta-malas. Enzo indicou um matagal que era de seu conhecimento, situado no Setor Jaó, como sendo um lugar propício para desovarem o cadáver da jovem. Ao chegarem no destino, os denunciados carregaram o corpo de Ariane na mata e lá o cobriram de terra e pedras. Depois de esconderem o cadáver, eles foram até um banheiro público localizado na galeria Pátio do Lago, para se limparem, e, em seguida, pararam para lanchar.