REVIRAVOLTA

Caso Danilo: relembre homicídio que gerou comoção em 2020 e terminou com absolvição em 2024

Criança tinha 7 anos e foi encontrada morta em um lamaçal

Uma decisão do Tribunal do Júri causou reviravolta no assassinato do menino Danilo de Sousa Silva. O principal acusado do crime, o servente de pedreiro Hian Alves, foi absolvido na segunda-feira (24). O homicídio aconteceu no Parque Santa Rita, em Goiânia, em julho de 2020, e gerou grande comoção na capital.

Danilo sumiu no dia 21 de julho de 2020. À época, a mãe dele disse que o menino estava brincando com outras crianças na rua, entrou em casa e falou que iria até a avó, que morava próximo de onde o menino residia.

Como o garoto não voltou para casa, o Corpo de Bombeiros foi acionado e, no dia seguinte, iniciou as buscas em uma mata e em um córrego que ficava a 10 metros da casa de Danilo. Os pais dele foram autuados por abandono de incapaz um dia após desaparecimento.

Após quase uma semana de procura, o corpo do menino foi encontrado já em estado de decomposição, de bruço, em cima de um lamaçal, em área de difícil acesso, a cerca de 10 metros do córrego.

Prisões

No dia 31 de julho, o padrasto do menino e o colega dele, Hian Alves, foram presos suspeitos de envolvimento no homicídio. À época, Hian confessou que ajudou o padrasto de Danilo no assassinato. Em troca, segundo o relato, receberia uma moto. O padrasto, no entanto, negou a participação e disse que tratava-se de uma armação.

Após investigações, a Polícia Civil concluiu que o padrasto não teve participação no crime. À época, a corporação apontou que Hian Alves cometeu o assassinato por ciúmes do padrasto do menino. O autor teria ciúmes da relação do homem com um pastor da região. Na última segunda-feira (25), quase 4 anos após o homicídio, o Tribunal do Júri não reconheceu o servente de pedreiro como culpado pelo crime.

Absolvição

Hian foi denunciado por homicídio triplamente qualificado contra Danilo e denunciação caluniosa contra o padrasto de Danilo. Ele foi absolvido da acusação de assassinato, mas foi condenado a 2 anos de prisão por denunciação caluniosa. Como já estava preso há 3 anos e 9 meses, o juiz declarou que a pena já havia sido cumprida e revogou a prisão dele.

“O Tribunal do Júri reconheceu inúmeras falhas na investigação e reconheceu que Hian foi submetido a pressão, violência e tortura quando estava preso na delegacia e concluiu pela absolvição quanto ao homicídio”, afirmou Gilles.