Caso Dayara Talissa: defesa de empresário diz que fatos não foram esclarecidos por completo
"Depoimentos prestados até o momento demonstram uma fatalidade e não são conclusivos para comprovar um possível dolo do indiciado"

A defesa do empresário Paulo Bianchini, companheiro de Dayara Talissa Fernandes da Cruz, de 21 anos, indiciado pela morte dela junto com outras duas pessoas, nesta semana, diz que os fatos ainda não foram esclarecidos por completo. A jovem desapareceu em 10 de março e a ossada foi encontrada em 6 de julho, na zona rural de Orizona.
Advogado de Paulo, Félix Ferreira afirmou, nesta quarta-feira (31), que os “fatos que circunstanciam a morte da Sra. Dayara Talisssa ainda não foram esclarecidos por completo” e que “os depoimentos prestados até o momento demonstram uma fatalidade e não são conclusivos para comprovar um possível dolo do indiciado”.
Ainda segundo ele, “não existem imagens que mostrem o momento da morte, e qualquer especulação que transforme o acusado em condenado são levianas e passíveis de responsabilidade cível e criminal”.
Investigação
Vale lembrar, um laudo de DNA de Dayara confirmou que a ossada encontrada em 6 de julho, na zona rural de Orizona, era dela. Na data que a corporação localizou os restos mortais, foi indicado que se tratava, de fato, da jovem desaparecida desde o dia 10 de março de 2024. A ocorrência de “desaparecimento” foi registrada pelo próprio companheiro, 15 dias depois do fato.
Segundo o delegado Kennet de Souza, o empresário passou a ser investigado após apresentar contradições, dizendo para a família que tinha deixado a vítima em um local e para polícia em outro. Além disso, quatro funcionários da fazenda onde o corpo foi encontrado apresentaram versões diferentes. Os trabalhadores, inclusive, estavam na investigação, mas três foram descartados, pois teriam sido induzidos a mentir.
Já uma mulher de 40 anos teria utilizado o telefone celular da vítima para mandar mensagens para a família um dia após o desaparecimento. Ela também foi indiciada.
O delegado disse, ainda, que o empresário manuseou uma máquina para ocultar o corpo da vítima em 10 de março. Apesar da realização de buscas em abril, somente em julho foi possível localizar o cadáver, enterrado a cerca de 5 metros.
“Por fim, ele confessou a ocultação, a fraude processual (se passar por ela em Itumbiara mandando mensagens e a localização) e afirmou que a morte foi uma fatalidade. O investigado de 19 anos também confessou. Os outros funcionários foram induzidos a mentir e foi solicitado o arquivamento em relação a eles. Já a mulher de 40 anos foi indiciada, porque ficou utilizando o telefone da vítima por cerca de 10 dias, em Itumbiara, e, posteriormente, o descartou no mesmo local em que a localização foi encaminhada pelo telefone de Dayara.”
Nota completa da defesa:
“Em atenção à imprensa, em virtude de notícias veiculadas sobre o indiciamento do Sr. Paulo Antônio Eruelinton Bianchini em razão da morte da Sra. Dayara Talisssa Fernandes da Cruz, a defesa vem esclarecer que:
O Sr. Paulo Antônio é réu primário, tem bons antecedentes, residência fixa, não possuindo em seu passado nenhuma conduta que o desabone. Ademais, não se ocultou às medidas de investigação penal, pois compareceu espontaneamente perante a autoridade policial quando da decretação de sua prisão temporária e colaborou com as investigações, estando à disposição do Poder Judiciário para julgamento.
Por fim, os fatos que circunstanciam a morte da Sra. Dayara Talisssa ainda não foram esclarecidos por completo, os depoimentos prestados até o momento demonstram uma fatalidade e não são conclusivos para comprovar um possível dolo do indiciado, não existem imagens que mostrem o momento da morte, e qualquer especulação que transformem o acusado em condenado são levianas e passiveis de responsabilidade cível e criminal.
Confiantes no julgamento do Poder Judiciário, estes são os esclarecimentos que entendemos suficientes para o momento.”
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