INVESTIGAÇÕES

Caso Fábio Escobar: saiba quem é Cacai Toledo e porque ele foi preso

O empresário Fábio Alves Escobar Cavalcante, que tinha 38 anos, foi morto a tiros na noite do dia 21 de junho de 2021

Cacai Toledo, esquerda, é acusado de mandar matar o empresário Fábio Escobar, à direita (Foto: reprodução)

O ex-presidente do Democratas (atual União Brasil), Carlos César Savastano Toledo, conhecido como Cacai Toledo, foi preso pela Polícia Civil em operação na tarde da última segunda-feira (3/6). Ele tinha o nome incluído na lista de procurados da Interpol por suspeita de participação na morte do ex-coordenador municipal da campanha do governador Ronaldo Caiado (UB), Fábio Escobar, em Anápolis.

Mas qual foi o motivo do assassinato de Fábio Escobar? Segundo as investigações e denúncia do Ministério Público, o ex-coordenador denunciava em redes sociais possíveis casos de corrupção no partido em Anápolis, o qual era gerido por Cacai Toledo. As denúncias envolviam desvios de dinheiro.

Um dos vídeos publicados mostra o momento em que Fábio Escobar devolve R$ 150 mil. Ele acusou Cacai de suborná-lo, na tentativa de que parasse com as denúncias. Para o Ministério Público, essa teria sido a motivação para o crime.

Policiais foram aliciados; houve 7 mortes ligadas ao caso Escobar

Ainda segundo as investigações, Cacai Toledo, ao lado de Jorge Caiado (primo do governador), teria usado da influência que tinham junto à Secretaria de Segurança Pública para aliciar policiais militares e planejarem a morte de Fábio Escobar.

Fábio Escobar foi morto a tiros por dois homens durante uma emboscada no dia 21 de junho de 2021, no Setor Jamil Miguel, em Anápolis. Para isso, os autores utilizaram um celular para atraí-lo para uma suposta negociação de um terreno.

Tortura e assassinatos

O celular foi obtido por policiais militares após uma sessão de tortura em um motel, em que estavam Bruna Vitória Rabelo Tavares, de 19 anos, e o namorado. Ela acabou assassinada no dia 23 de agosto de 2021. O crime foi registrado por câmeras de vigilância de uma distribuidora de bebidas na região central de Anápolis.

O namorado de Bruna Vitória, que estava no momento do crime, depois disse ter reconhecido o policial Glauko Olívio como um dos autores da tortura sofria pelo casal. No mesmo dia do assassinato da garota, um grupo de policiais participou do que a Polícia Militar chama de confronto, em que morreram Gabriel Santos Vital, Gustavo Lage Santana e Mikael Garcia de Faria. Todos amigos da jovem.

Em 19 de janeiro de 2022, três amigos do namorado de Bruna (identificados como Bruno Chendes, Edivaldo Alves e Daniel Douglas de Oliveira) morreram em um novo “confronto” com a Polícia Militar.

Ao todo, 10 policiais militares de Goiás acabaram presos em setembro de 2023, investigados pelo envolvimento no assassinato de Fábio Escobar e das sete mortes relacionadas ao caso.