Caso João de Deus: Força-tarefa do Ministério Público atende 78 vítimas
Mulheres de cinco estados já entraram em contato com o MP denunciando o médium de Abadiânia por abusos sexuais. As denúncias podem ser feitas por e-mail
Nesta terça-feira (11), o Ministério Público de Goiás realizou até as 11h da manhã 78 atendimentos a mulheres que se apresentam como vítimas de João de Deus. O órgão atendeu também moças de Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Mato Grosso.
De acordo com o MP-GO, os atendimentos em busca de informações foram presenciais, por e-mail e por telefone. A maioria das vítimas entraram em contato por meio do canal criado exclusivamente para essa finalidade, o e-mail [email protected]. As possíveis vítimas podem ainda procurar o MP-GO pelos telefones 62 3243-8051 e 8052 ou presencialmente.
Os promotores estão se dedicando exclusivamente ao atendimento da população e interlocução com os coordenadores dos Centros de Apoio Operacional Criminal dos demais estados.
As mulheres estão sendo orientadas a procurarem o MP de seu estado, que ficará responsável pela coleta de depoimentos. As provas serão enviadas para força-tarefa do MP-GO, que conta com uma equipe de cinco promotores de justiça e duas psicólogas. São eles: Steve Gonçalves Vasconcelos, substituindo a Promotoria de Abadiânia; os coordenadores do Centro de Apoio Operacional (CAO) Criminal do MP, Luciano Miranda Meireles e Paulo Eduardo Penna Prado; a coordenadora do CAO dos Direitos Humanos, Patrícia Otoni, e a promotora Gabriella de Queiroz Clementino, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Liliane Domingos Martins e Lícia Nery Fonseca são as psicólogas que participam da força-tarefa.
O caso
O caso de João de Deus ganhou repercussão nacional depois que ao menos 13 mulheres acusaram o médium de tê-las abusado sexualmente durante tratamento espiritual.
As denúncias foram feitas no sábado (08), no programa Conversa com Bial e no jornal O Globo. No domingo (09), O MP-GO informou que já havia investigações abertas desde junho deste ano para apurar as suspeitas.
A assessoria de João de Deus afirma que as acusações são “falsas e fantasiosas”, questiona o motivo pelo qual as vítimas não procuraram as autoridades e afirma que “a sala em questão [onde os abusos teriam ocorrido] é pública, qualquer um tem acesso a ela e jamais fica trancada”.
A equipe do médium ainda afirma que a situação “é lamentável, uma vez que o Médium João é uma pessoa de índole ilibada”.
*Fabrício Moretti é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Thaís Lobo