JÚRI POPULAR

Caso Robertinho: militares são condenados por matar adolescente dentro de casa em Goiânia

A condenação ocorreu após o julgamento ser adiado por cinco vezes

Três policiais militares foram condenados por matarem o adolescente Roberto Campos da Silva, mais conhecido como Robertinho. O crime ocorreu em 2017 e a condenação aconteceu na terça-feira (27) durante júri popular que durou dois dias.

Os PMs foram acusados dos crimes de homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio, fraude processual.

Conforme consta na decisão, Paulo Antônio de Souza Júnior foi condenado a 21 anos e 4 meses de prisão; Rogério Rangel Araújo Silva e Cláudio Henrique da Silva foi sentenciado a 10 anos e 8 meses de detenção e Cláudio Henrique da Silva, foi condenado também a 10 anos e 8 meses de detenção.

A condenação ocorreu após o julgamento ser adiado por cinco vezes. O último adiamento ocorreu devido à ausência do advogado dos PMs, Thales José Jayme, que não compareceu. O juiz responsável, Lourival Machado, negou a solicitação de adiamento apresentada pelo advogado, que havia apresentado um atestado médico na terça-feira anterior (16/05).

Relembre o caso Robertinho

Em 2017, o Ministério Público de Goiás (MPGO) denunciou os soldados da Polícia Militar Cláudio Henrique da Silva, Paulo Antônio de Souza Júnior e Rogério Rangel Araújo Silva pelos crimes de tentativa de homicídio, homicídio triplamente qualificado, abuso de autoridade e fraude processual, no caso que culminou com a morte do adolescente Roberto Campos da Silva (Robertinho), no dia 17 de abril daquele ano, no Residencial Vale do Araguaia, em Goiânia.

Robertinho foi morto depois que policiais militares não caracterizados cortaram a energia da casa onde o jovem morava com a família e invadiram o local. Eles estariam averiguando uma denúncia de tráfico de drogas na região e teriam sido confundidos com ladrões pelo pai de Robertinho.

Por isso, ele teria realizado disparos, provocando a reação dos policiais, que invadiram a residência e dispararam contra as duas pernas e o abdômen de Robertinho, que morreu na hora. O pai dele também foi baleado e precisou ser internado no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo).

Alteração na cena do crime

Segundo o MP, os PMs, depois de perceberem a situação, teriam resolvido alterar os fatos para não serem responsabilizados pelo crime. Conforme a denúncia, os policiais passaram a mascarar o local do crime para simular uma troca de tiros com a vítima Roberto Lourenço, pai de Robertinho, para alegar legítima defesa.

Um dos agentes, inclusive, teria utilizado a arma da vítima que estava no chão para disparar contra o portão, de dentro para fora. Além disso, os três denunciados começaram a recolher os estojos das munições referentes aos disparos efetuados dentro do imóvel.