Caso Valério: advogado de Maurício Sampaio acusa juiz e promotores de serem parciais
O advogado Luiz Carlos da Silva Neto, que defende o empresário Maurício Sampaio em um…
O advogado Luiz Carlos da Silva Neto, que defende o empresário Maurício Sampaio em um processo no qual ele é réu pela morte do jornalista Valério Luiz, afirma que tanto o juiz quanto os três promotores responsáveis que atuam no caso são parciais e precisam ser afastados. De acordo com o advogado, a defesa do réu irá entrar com ações contra eles junto ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e no Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Luiz Carlos, que assumiu a defesa de Maurício há cerca de 15 dias, afirmou que o juiz Lourival Machado da Costa, antes de ingressar na magistratura, foi advogado em uma ação contra o réu. “Nós descobrimos, na semana passada, que o juiz, que disse que não conhece o Maurício, quando ainda era advogado processou não somente o Maurício, mas toda a família dele, em um processo que discute dívidas. Isso é gravíssimo”.
O advogado de defesa afirmou ainda que o Ministério Público foi parcial no processo quando solicitou a prisão preventiva de Maurício. Para ele, os promotores deram um tratamento diferente para Marcus Vinícius Pereira Xavier, outro acusado de envolvimento no crime.
“Ele [Marcus Vinícius] foi atendido pelo juiz e pelos três promotores, sem que as defesas dos co-réus estivessem presentes. […] Eles o forçam a fazer acusações contra os outros réus em um escondidinho ali no Fórum. […] O réu [Marcus] sai dali com as mãos abanando e com um salvo-conduto do juiz, ligando para a Interpol para dar acesso a ele a um país fora da nossa jurisdição”, disse o advogado.
“No dia 14 de março, Maurício comparece para ser julgado e o Marcus Vinícius, não. Eles pedem a prisão preventiva de Maurício, que estava presente porque o advogado dele renunciou. […] Ninguém sequer menciona o nome dele [Marcus]”.
Diligências negadas
Ainda de acordo com o advogado, uma série de diligências que já haviam sido autorizadas no processo foram negadas pelo juiz Lourival. Entre elas está a investigação sobre uma ameaça que um suposto coronel aposentado da Polícia Militar teria feito no telefone da rádio em que Valério Luiz trabalhava.
O advogado também afirmou que o irmão de Valério, Mateus Soares de Oliveira, foi preso na semana da morte de Valério com “dívidas enormes contra o tráfico de drogas” e que toda a família dele foi ameaçada depois disso.
“Estou vendo barbaridades nesse processo, em que foi ceifado o direito do réu de se defender”, disse Luiz Carlos. Ele disse ainda que a defesa irá comparecer ao julgamento, marcado para o dia 2 de maio, mas que o juiz e os promotores precisam ser afastados do processo.
“Se o juiz insistir em fazer esse júri com esses membros do Ministério Público, nós não avançaremos na confecção desse julgamento porque entendo que tanto o juiz quanto o Ministério Público são parciais e devem se afastar do processo”, concluiu.