CEI investiga descarte irregular de chorume na estação de tratamento esgoto de Goiânia
Dois caminhões da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) foram flagrados na tarde desta quinta-feira…
Dois caminhões da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) foram flagrados na tarde desta quinta-feira (14) descarregando chorume do Aterro Sanitário de Goiânia de forma irregular na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE). Uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) foi instaurada para verificar a relação do caso com o constante mau cheiro na região Norte da capital.
De acordo com o vereador Cabo Senna (PRP), a situação já se estende há 18 anos. Após a abertura da Comissão, em dezembro do ano passado, os parlamentares já descobriram que, além da Comurg, uma empresa agrícola estaria responsável pelo descarte irregular. “Estamos ouvindo outras empresas para verificar outras participações. Até no momento, essas duas estão confirmadas como despejantes desses rejeitos de forma irregular no local. Já flagramos 32 caminhões saindo daqui”, conta.
O parlamentar destaca ainda que o descarte é feito dentro de uma tubulação que ainda não se sabe o destino final. “Além dele, notamos um segundo cano escondido em um matagal das proximidades com funcionamento de 24 horas por dias. O principal problema é que esses rejeitos não passam por um processo adequado”, explica.
Segundo Senna, a ETE não conta com uma estrutura suficiente para poder realizar o processo total de descontaminação de água para voltar ao meio ambiente. “A estação deveria contar seis tanques de decantação, mas só contam com três. Mesmo com a filtragem, a água ainda sai escura para ser jogada no Rio. Porém, sobre o odor, existe remédios que ajudam na diminuição, mas não utilizam”, aponta.
A estação e a Comurg estariam, ainda de acordo com o vereador, com um contrato firmado para a empresa municipal ficar sob responsabilidade do lodo sólido retirado das piscinas da ETE, para que a mesma recebesse o chorume. “Não sabemos ainda para onde a Comurg levava esse lodo. Essa responsabilidade deveria ser da própria ETE, não da empresa que cuida da urbanização de Goiânia”, afirma.
Além do parlamentar, o delegado da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (DEMA), Luziano Carvalho, constatam que a forma em que o descarte é feito não condiz com a legalidade e que não existem alvarás legais para tal procedimento.
Na próxima semana, segundo o vereador, o presidente da Saneago, Jalles Fontoura e o titular da Comurg, Denes Pereira, serão ouvidos pela CEI. Além disso, representantes da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos (Secima) também serão chamados para esclarecimentos sobre uma licença vigente até 2022, mesmo com todas irregularidades.
O Mais Goiás entrou em contato, por email, com a Comurg, mas até a publicação dessa matéria não obtivemos retorno.