Museu

Centro de Memória do Judiciário será inaugurado na cidade de Goiás nesta sexta

Um ano e quatro meses depois de anunciar a transformação do prédio do Fórum da…

Um ano e quatro meses depois de anunciar a transformação do prédio do Fórum da comarca de Goiás Desembargador Emílio Francisco Póvoa em Centro de Memória e Cultura do Poder Judiciário goiano, o presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), desembargador Gilberto Marques Filho, entrega, nesta sexta-feira (14), às 20 horas, a unidade dentro das normas estabelecidas para abrigar centenas de documentos, processos e mobiliários que fazem parte da história da Justiça de Goiás. Uma cantata de Natalmarcará a inauguração do prédio.

Quando anunciou a implantação do Centro de Memória , em julho de 2017, durante a transferência da capital para a cidade de Goiás, o presidente do TJGO lembrou a importância do Judiciário goiano no País, “justamente por ser um dos mais antigos do Brasil e que começou na antiga capital ainda em 1874 como Tribunal da Relação, atendendo decreto do imperador Dom Pedro II”, afirmou o desembargador. “O nosso  prédio histórico do Fórum será transformado no Museu do Judiciário, até mesmo para aumentar essa importância da Justiça goiana e também para preservar a rica memória do nosso Judiciário”, declarou, na oportunidade, o presidente do TJGO.

O centro, que tem como objetivo resgatar a memória cultural do Judiciário goiano, é um local de transmissão de conhecimento, de valores e cultura, além de preservar e difundir a memória da instituição. Seu acervo é composto por documentos textuais, iconográficos, mobiliário, peças e objetos provenientes das unidades da Justiça goiana.

No Centro de Memória e Cultura do Poder Judiciário, o visitante ou pesquisador vai conhecer processos dos séculos 19 e 20, que incluem ações sobre venda de escravos, processo de homicídio analisado por Dom Pedro II – última instância para recurso – além do inventário da poetisa Cora Coralina e outro em que o escravo é dado como depositário para garantia de dívida à Fazenda Nacional. Estarão expostas ainda ações da época da Lei do Ventre Livre, furtos e briga de irmãos, entre outras histórias inusitadas como partilha de objetos pequenos como talheres e lenços em inventários e divisão de terras (quilombos).

Doação de familiares

O acervo da unidade é composto de objetos e documentos doados por magistrados ou seus familiares, ou que já pertenciam ao TJGO ou a comarcas do interior. Os vistantes poderão ver 112 objetos que eram do tribunal, como quadros das diversas sedes que o abrigaram ao logo de sua história; móveis antigos entalhados em madeira e couro; além de livros e fotografias históricas expostas na comemoração de seus 140 anos.

A coleção é formada por exemplares da Revista Goiana de Jurisprudência e acórdãos doados pelo ex-presidente do TJGO, desembargador Byron Seabra Guimarães, bem como por fotos históricas repassadas pela fotógrafa Cidinha Couto. Também constam do acervo objetos doados pela família do desembargador Clenon de Loyola Barros Fleury como uma toga, medalhas, a carteira funcional utilizada por ele, assim como da família do desembargador Coriolano Augusto de Loyola, que foi presidente do TJGO por duas vezes, de 1891 a 1899 e de 1905 a e 1914. Entre os mais interessantes estão as suas nomeações ao cargo de juiz da capital da Província de Goyaz, assinada por Dom Pedro II, e de desembargador, pelo Marcehal Teodoro da Fonseca. Estes documentos tiveram os textos transcritos.

O acervo do Centro de Memória e Cultura do Poder Judiciário goiano, conta, ainda, com objetos doados pelos filhos do desembargador Jairo Ramos Jubé, como uma beca e um capelo; sua toga e uma máquina de datilografia utilizada por ele enquanto exerceu a magistratura. Consta da coleção, 173 objetos históricos referentes à comarca de Goiás. Urna utilizada pelo Tribunal do Júri, máquina de datilografia, móveis, um relógio, carimbos, placas e medalhas de homenagens e alguns documentos históricos.

O segundo andar do Centro de Memória e Cultura do Poder Judiciário ficou destinado à pesquisa, enquanto o primeiro pavimento agasalha todo o acervo. O Tribunal do Júri foi mantido tal qual quando de seu último julgamento, ocorrido antes da mudança para a nova sede do fórum da comarca.

 

Inauguração do Centro de Memória do Judiciário 
Data: 14 de dezembro
Horário: Missa: 19 horas, na Igreja do Rosário – Frei Marcos Lacerda / 20 horas: Cantata

 

*Com informações do TJGO