Centro de treinamento de cães-guia de Urutaí é um dos primeiros do Brasil
O Programa Cão Guia tem o objetivo de formar novos treinadores e instrutores de cães-guia, bem como treinar e fornecer os animais como ferramenta de inclusão para pessoas cegas ou com baixa visão
O Centro de treinamento de cães-guia do Instituto Federal (IF) Goiano Campus Urutaí é o terceiro do Brasil. Os outros dois Centros foram inaugurados em Camboriú (SC), em 2012 e Alegre (ES), em 2015. Segundo o coordenador do Programa Cão-Guia de Urutaí, professor Leonardo Goulart, o centro foi inaugurado no último dia 23, mas as atividade começaram em janeiro deste ano.
O projeto tem o objetivo de formar novos treinadores e instrutores de cães-guia, bem como treinar e fornecer os animais como ferramenta de inclusão para pessoas cegas ou com baixa visão. “Hoje já existem dois cães em socialização e três adultos sendo treinados no canil em Urutaí”, contou o professor.
Segundo Leonardo, o tempo de formação do cão-guia é de aproximadamente dois anos, uma vez que ele passa pela etapa de socialização e, somente após esse período, é direcionado para o treinamento. Após encerrada a fase de amamentação, que dura aproximadamente de 45 a 60 dias, o animal inicia a fase de socialização, que é a primeira etapa do processo de formação. Neste período, os animais são levados para todos ambientes sociais possíveis, tais como ambientes de trabalho, academias, shopping centers, restaurantes e ônibus. “Essa fase é importante para o desenvolvimento das três principais características de um cão-guia, que são educação, obediência e foco no trabalho de guiar”, destacou.
Treinamento
Após a etapa de socialização, o cão será treinado pelos instrutores do programa no centro de formação. Esse treinamento dura em média 6 meses e é nessa fase que começa a seleção do cego que receberá o cão.
A seleção é feita a partir do Cadastro Nacional de Candidatos a Utilização de Cães-Guia, criado em 2014 pela Secretaria de Desenvolvimento Humano (SDH). “Atualmente, temos 14 cegos em Goiás e 14 cegos do Distrito Federal cadastrados. Só poderão ser atendidos cegos que estão nesse cadastro, entretanto futuramente poderão ocorrer novos cadastros”, explicou Leonardo.
Ao término da seleção é realizada a etapa de adaptação do cego ao animal. Nesta fase, que tem duração média de dois meses, o deficiente visual passa um período residindo dentro do Centro de Formação. Ao final dessa etapa o instrutor acompanha o cego e o cão-guia em seu local de residência, onde fica por uma semana.
*Juliana França é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Thaís Lobo