Cerca de 170 mil usam ônibus em Goiânia; número já foi 70 mil
Escalonamento dos horários de funcionamento de comércio e serviço é para evitar aglomeração
Quem passa pelos pontos e terminais de ônibus pode ter a impressão de que as medidas de isolamento social foram por água abaixo em Goiânia. Os números da Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC) comprovam que, desde a última sexta-feira (24), aproximadamente 170 mil usuários fizeram uso deste tipo de transporte na capital.
Durante o período inicial das medidas de contenção da Covid-19, logo após o decreto do governador Ronaldo Caiado (DEM) assinado no dia 20 de março, a queda no uso do transporte coletivo em Goiânia foi alta. Entre os dias 23 de março e 6 de abril, a média era de 70 mil por dia.
No entanto, com o afrouxamento das medidas de contenção e abertura não tão gradual do comércio goianiense (quem passa pela região de Campinas atesta que poucos são os comércios fechados), o número de usuários de ônibus está em franco aumento.
Para se ter uma ideia, a CMTC registra pelo menos 10 mil idosos por dia fazendo uso do transporte coletivo na capital durante a pandemia do coronavírus Sars-Cov-2. Justamente o grupo considerado o de maior risco para a Covid-19.
No entanto, o decreto do governo estadual impede que os ônibus sejam utilizados em sua totalidade. A permissão é que somente sejam levados passageiros sentados, o que deixa as aglomerações para os pontos e terminais de ônibus na capital.
Escalonamento
Diante desse quadro, a CMTC solicitou à prefeitura o escalonamento de horários de funcionamento do comércio e serviços em Goiânia. Na terça-feira (29), o prefeito Iris Rezende (MDB) assinou o decreto que determina cinco horários para diferentes segmentos e estabeleceu regras para a limpeza dos ônibus. Além da criação de um comitê de fiscalização da Covid-19.
Para o presidente da CMTC, Benjamin Kennedy, o escalonamento permite diluir a demanda por ônibus durante o pico de uso da manhã, que corresponde a cerca de 50% do contingente. Pelos menos 80 mil usuários passam pelo transporte coletivo entre as 6h e às 7h30.
Assim, a ideia é que esse número seja diluído até as 10h, para haja menor concentração de usuários sobretudo nos terminais de integração. Já que o sistema de Goiânia é baseado em linhas eixo e alimentadoras, que congregam justamente para os terminais.
“O transporte coletivo não consegue cumprir o decreto [estadual], que diz que devemos evitar aglomerações. Assim, solicitamos essa mudança para haja essa diluição do volume no período de pico da manhã”, aponta Benjamin Kennedy.
Ele avalia ainda que é preciso mudar a forma como os passageiros sejam transportados nos ônibus. “Entendemos que o decreto deveria ser alterado, permitindo algumas pessoas em pé, deixaria somente o banco para uso dos idosos. Assim, os ônibus transportariam mais pessoas e evitaria aglomerações nas plataformas”, afirma.