CGE cria comissão para apurar cessão de área no Daia
Sindicância vai verificar alienação de área para construção de shopping em Anápolis. Empresa de filho de Cachoeira é responsável pela compra
A Controladoria-Geral do Estado (CGE) fará uma sindicância para apurar supostas irregularidades na alienação de áreas às margens da BR-153, no Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia). A Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego) fez a cessão de dois terrenos à Empresas ETS, de Matheus Henrique Aprígio Ramos, filho do empresário Carlinhos Cachoeira. A intenção era de que um shopping fosse construído no local, mas houve distrato do negócio no último dia 2.
Codego é o órgão estadual responsável por fazer a gestão de terrenos do Daia e fez a negociação de duas áreas de 22 mil metros quadrados por R$ 53.424,62. A companhia teria ignorado parecer do ex-presidente da instituição, Pedro Sales que hoje está na Goinfra e da Controladoria Geral do Estado. Os pareceres dele e da CGE apontam, entretanto, que a área está avaliada em R$ 5 milhões e que a ETS, para fazer a aquisição, deveria fazer uma demonstração de capacidade financeira.
Enquanto isso, a Codego alegou desconhecer à época o vínculo da ETS com Matheus Ramos e refuta qualquer suspeita de favorecimento. Por outro lado, denúncia de supostas irregularidades na transação foi apresentada pelo deputado estadual Humberto Teófilo (PSL), com vídeo divulgado nas redes sociais.
Os apontamentos dele levaram ao desligamento de Marcos Cabral da presidência da Codego, embora ele tenha assumido cargo de assessor Especial da Governadoria. Hugo Goldfeld, que era diretor da Saneago, assumiu o lugar dele.
Sindicância
Três servidores foram designados para compor a comissão processante: Maria do Carmo Rodrigues Póvoa, gerente de Acompanhamento de Processos Disciplinares; como Presidente; Luis Fernando Bertocco Carregal, gerente de Resolução Consensual de Conflitos, como membro; Rosimeire Batista Gomes, gestora de Finanças e Controle, também como membro.
A portaria foi divulgada em suplemento do Diário Oficial do Estado na quarta-feira (10). Segundo o documento, a intenção é de verificar se eventualmente foram praticados atos ilegais por agentes públicos, notadamente quanto à desconformidade das formalidades do negócio jurídico, com as recomendações técnicas e jurídicas expedidas pela Controladoria-Geral do Estado e unidade de consultoria jurídica da Codego.
Além da Controladoria-Geral do Estado, outros órgãos também já estão fazendo apurações sobre o caso. O Ministério Público estadual recebeu Notícia de Fato, e iniciou as análises. Na Polícia Civil, o fato será apurado pelo Grupo Especial de Combate à Corrupção (Geccor). O inquérito que havia sido aberto na Delegacia Estadual de Investigações Criminais será encaminhado ao Geccor.