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Chega a nove o número de denúncias de fiéis contra pastor por crimes sexuais, em Goiânia

Chegou a nove o número de denúncias de fiéis contra o pastor Esney Martins da…

Chegou a nove o número de denúncias de fiéis contra o pastor Esney Martins da Costa por supostos crimes sexuais. Segundo a Defensoria Pública de Goiás (DPE-GO), até esta quarta-feira (4), sete mulheres denunciaram, formalmente, os abusos sofridos. Os casos de outras duas vítimas estão em fase de atendimento e diligências. O religioso atua na Igreja Evangélica Renascendo para Cristo, em Goiânia, e atualmente é alvo de dois inquéritos policiais que apuram os crimes relatados. À Polícia, ele negou os crimes.

Conforme a DPE, há indícios de estupro, importunação sexual, posse sexual mediante fraude, ameaça, lesão corporal, instigação ao suicídio, crimes de injúria e difamação. As primeiras três denúncias foram feitas em junho. Outras quatro mulheres formalizaram a denúncia na terça (3) e quarta-feira (4).

Os casos de outras duas novas mulheres estão em fase de atendimento e diligências. O Núcleo Especializado de Defesa e Promoção dos Direitos da Mulher (Nudem) realiza o acompanhamento e assessoramento jurídico das denunciantes. Os inquéritos estão sendo conduzidos pela Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) e a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), ambas de Goiânia.

Os primeiros indícios dos crimes ocorreram, geralmente, durante uma oração, momento em que Esney, segundo os relatos, descia a mão, de forma sutil, em direção aos seios das vítimas. Nos relatos, as vítimas informaram que buscavam a igreja para superar traumas (ausência paterna, abusos sexuais sofridos anteriormente ou términos de relacionamentos), mas acabavam sendo manipuladas e abusadas pelo líder religioso devido à condição de vulnerabilidade emocional.

Os crimes ocorreram por diversos anos, mas só foram denunciados no último mês. O caso ganhou repercussão após matéria veiculada pelo Fantástico, na noite de domingo (1º).

“Ordem de Deus”

Segundo a Defensoria Pública de Goiás (DPE-GO), há indícios de estupro, importunação sexual, posse sexual mediante fraude, ameaça, lesão corporal, instigação ao suicídio, crimes de injúria e difamação.

Conforme as vítimas, Esney  alegava que “Deus estava ordenando” que agisse daquela maneira para promover a cura. Quando não tinha as vontades e anseios atendidos, o pastor dizia que iria orar pela morte das vítimas e as famílias delas. Por medo e pela fé, as mulheres achavam que se não cedessem estariam contrariando a vontade de Deus e, inclusive, preferiam tirar a própria vida a denunciar o pastor.

Os abusos, conforme apontam os relatos, se iniciavam de maneira sutil, com apalpada para uma oração, por exemplo. Quando questionado sobre o comportamento, o pastor alegava que fazia parte da cura.

“Pelo que foi revelado no depoimento das vítimas, pudemos verificar que elas foram submetidas a um enorme constrangimento psicológico, físico e sexual. Os relatos evidenciam o uso da boa-fé dessas meninas, adolescentes, mulheres jovens, no intuito de satisfazer a sua lascívia, o seu desejo sexual. Além de mexer com tudo isso – a integridade física, a psíquica e sexual –, ele mexe com a fé dessas mulheres, de modo que elas acreditam que não cedendo às exigências dele elas estariam atentando contra o próprio Deus, o que seria uma coisa muito maior”, explica a defensora Gabriela Hamdan.