China foi responsável por 59% das exportações de carne de Goiás em agosto
Em termos de produtos do agronegócio, o país asiático foi o destino de 44,6% das exportações
A China foi responsável por 59,5% das exportações de carne de Goiás em agosto deste ano. Em termos de produtos do agronegócio, o país asiático foi o destino de 44,6% das exportações. Os dados são do Comex Stat do Ministério da Economia, que apontou que além da China, Goiás exportou o equivalente a 564,4 milhões de dólares para países como Tailândia, Estados Unidos, Chile, Holanda e Portugal. O resultado foi impulsionado principalmente pela venda de carnes e soja.
Conforme os dados da Comex Stat, divulgados pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Goiás (Seapa), os mais de 560 milhões de dólares em agosto correspondem a 72,5% do total das vendas externas do estado. No mês em questão, as vendas de carnes alcançaram 227,1 milhões de dólares (40,2%), e o complexo soja chegou a 221,9 milhões de dólares (39,3%).
Cereais, farinhas e preparações ficaram em terceiro lugar na pauta exportadora, com 42,8 milhões milhões de dólares (7,6%), seguidos por complexo sucroalcooleiro, 36,9 milhões (6,5%), couros e peleteria, US$ 14,5 milhões de dólares (2,6%), e demais produtos. No entanto, vale destacar que a China foi uma das grandes propulsoras das exportações goianas não só em agosto, mas ao longo de todo 2021.
De acordo com a Seapa, o cenário na pecuária de corte nacional segue amparado pela constante demanda da China, que absorveu 45,7% da carne bovina exportada pelo país nos seis primeiros meses deste ano. Porém, para o secretário de Agricultura e Pecuária de Goiás, Tiago Mendonça, o “leque” de exportações do estado é aberto para as mais variadas partes do mundo. “Apesar do peso inegável da China na balança comercial goiana e do país, os números mostram que Goiás tem hoje uma pauta variada de produtos e uma carteira diversificada de clientes”, disse.
Em relação a agosto de 2020, ainda segundo os dados divulgadas pela Seapa, o resultado do oitavo mês deste ano representa uma queda de 8,7% nos valores comercializados pelo agronegócio goiano. “No acumulado do ano (janeiro a agosto), porém, os números seguem positivos em 12,6%, na comparação com os oito primeiros meses do ano passado”. As vendas externas do setor somaram US$ 5,3 bilhões até o momento em 2021 contra US$ 4,7 bilhões de janeiro a agosto de 2020.
Preço da carne em Goiás
O preço da carne em Goiás deve ter uma nova alta em breve. De acordo com o Sindicato do Comércio Varejista de Carnes Frescas no Estado de Goiás (Sindiaçougue), o período de estiagem e a possibilidade de aumento da energia elétrica – diante da manutenção da atual bandeira tarifária – devem ser os propulsores da alta de cerca de R$ 1 por quilo, que já deve ser sentida a partir de outubro.
Vale lembrar, a carne bovina já é um dos itens que mais pressionam a inflação no País, com aumento equivalente a três vezes e meia à inflação geral, que acumula alta de 9,30% em 12 meses até agosto, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15). E de acordo com o presidente do Sindiaçougue, Silvio Yassunaga, o preço do quilo desse produto – que já passa de R$ 40 – ainda estaria sendo amenizado pela baixa nas vendas e pelo consumo ainda moderado de energia das máquinas.
No entanto, Yassunaga confirmou ao Mais Goiás que o valor da carne não poderá ser mais represado e já deve ter alta a partir de outubro deste ano. “Hoje a gente faz de tudo para segurar os repasses, mas vai chegar um ponto em que não vai ter jeito. Em setembro ainda pode ser que não tenha repasse, mas em outubro é com certeza”, adiantou o presidente do sindicato, que confirmou um aumento de cerca de R$ 1 por quilo da carne bovina, tanto da parte dianteira quanto da traseira do animal.