Boa notícia

Cientistas decodificam informações que podem ajudar no tratamento da covid

Pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG) descobriram novas informações sobre a atividade imunológica e…

Pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG) descobriram novas informações sobre a atividade imunológica e metabólica dos pacientes diagnosticados com covid-19. Dessa forma, os resultados podem contribuir para o entendimento de como o coronavírus age no organismo e direcionar o tratamento a possíveis alvos terapêuticos com foco na eliminação da doença.

Os pesquisadores do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP) da UFG, liderados pelo professor Luiz Gustavo Gardinassi, descobriram que um indivíduo infectado pelo vírus SARS-CoV-2 apresenta uma considerável redução das células de defesa do organismo. Tratam-se dos linfócitos T e as células matadoras naturais NK, as quais são importantes para o combate de infecções virais.

Além disso, o estudo observou que alguns pacientes não conseguem ativar respostas antivirais, como a produção de interferons do tipo 1, proteínas capazes de evitar a replicação do vírus. Os dados sugerem, portanto, que existe uma falha na produção ou sinalização dessas moléculas, em células brancas (de defesa), dos pacientes com coronavírus. Ou seja, o indivíduo apresenta ‘um defeito’ no desenvolvimento das respostas de combate ao vírus e isso pode estar relacionado com a gravidade da doença.

Pesquisa

O estudo também comparou pacientes infectados por SARS-CoV-2 com os de outras doenças respiratórias, como a SARS-CoV-1 e a Influenza (vírus da gripe). Assim, cientistas puderam constatar que as respostas do sistema imune das doenças respiratórias avaliadas são bastante semelhantes, no entanto, alguns pacientes com covid-19 não são capazes de ativar a resposta antiviral como ocorre quando expostos às outras doenças.

Segundo os pesquisadores, estudo fortalece hipóteses de tratamento, assim como permite que novas perguntas sejam feitas. O fato de terem identificado a não indução de resposta de interferons, por exemplo, sugere que sua administração no estágio inicial da doença pode contribuir para o seu controle.

A pesquisa também avaliou a atividade metabólica dos pacientes com covid-19, associada ao processo inflamatório, e identificou algumas vias metabólicas, entre elas, o ciclo de Krebs, oxidação fosforilativa, glicólise, metabolismo de triptofano, biossínteses de heme, que, segundo os pesquisadores, podem servir de alvos de combate à doença.

De acordo com o professor Luiz Gardinassi, as vias metabólicas estão envolvidas na manutenção da energia e função das células brancas ativadas pelo organismo e, portanto, podem ser alvos terapêuticos.