EDUCAÇÃO

CMEI de Goiânia corta atividades por falta de funcionários e professores assumem limpeza

Alunos de dois anos do período da tarde foram dispensados nesta quarta-feira

CMEI de Goiânia corta atividades por falta de funcionários e professores assumem limpeza (Foto: Mais Goiás)

Alunos dispensados no período da tarde. Professores com rodos em mãos para limpar os banheiros. É este o cenário de improviso que marcou o reinício das aulas presenciais no CMEI Solon Amaral, em Goiânia. A escola fica no Jardim Vitória, próximo a uma série de condomínios fechados, e só abriu nos últimos dias graças ao esforço dobrado dos poucos funcionários ainda a serviço do CMEI. 

A escola tem estrutura para atender 160 crianças de zero a cinco anos – metade no período da manhã, metade à tarde. São oito salas de aula, refeitório, banheiros e espaços comuns. Desde que as aulas presenciais voltaram na rede municipal de educação, a limpeza desta área deveria estar a cargo de duas porteiras-serventes, como sempre foi. Mas uma pediu remoção e a outra está sob licença-médica de longo período. Para que o CMEI fique habitável, as professoras assumiram o encargo extraoficialmente. 

Além das duas porteiras-serventes, a escola precisa de uma professora, duas agentes e uma merendeira. “Desrespeito aos pais e profissionais lotados à tarde e que se organizaram para atender as crianças do turno vespertino”, diz uma professora que conversou com o Mais Goiás sob condição de sigilo.

A reportagem procurou a diretora da escola, mas não quis dar entrevista. Pais e professoras disseram que esta diretora, a pedido da Secretaria Municipal de Educação, entrou em contato com os pais e pediu para que remanejassem os filhos para o período da manhã. Hoje deveria ser o primeiro dia de aula à tarde de crianças com dois anos de idade. Apenas cinco pais toparam fazer o remanejamento. Os demais alunos perderam aula. 

Os outros com idade entre três e cinco anos conseguiram ser atendidos. Mas, de acordo com um pai que conversou hoje à tarde com o Mais Goiás, a a situação na escola continua precária e improvisada. “Está tudo como antes. Não tem servidor para limpeza. Meu caso é difícil porque só posso levar meu filho à tarde”. 

A reportagem perguntou à Secretaria Municipal de Educação se a ordem para solicitar aos pais o remanejamento dos alunos partiu da prefeitura, mas não houve resposta. 

Em nota, a prefeitura disse que: “está em processo de convocação e chamamento de servidores para suprir as demandas da rede, de acordo com o Processo Seletivo Simplificado do edital 002/2019. A SME destaca, ainda, que, à medida em que os candidatos tomarem posse, serão encaminhados com prioridade para as instituições. Além disso, a pasta explica que as instituições estão se organizando e atuam para atender os alunos com o cumprimento dos protocolos de biossegurança”.