*Amanda Sales é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Thaís Lobo
Cmeis funcionam em horário reduzido por falta de funcionários, em Goiânia
Diversos Cmeis de Goiânia estão funcionando em horário reduzido, pela falta de funcionários. Ainda não…
Diversos Cmeis de Goiânia estão funcionando em horário reduzido, pela falta de funcionários. Ainda não há um número exato de quantas unidades enfrentam a situação, mas, segundo a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), Bia de Lima, o acompanhamento constante feito pelo órgãos em unidades de educação na capital mostrou que o déficit de pessoal é grande.
Um dos Cmeis que passa pela situação é o Oito de Março, na Praça Cívica. A jornalista Maianí Gontijo, que tem uma filha matriculada na unidade, conta que desde o final do ano passado, o contrato com as merendeiras expirou e, desde então, os funcionários estão se reorganizando para atender as crianças. “A diretora, além da função dela estava atuando como merendeira e coordenadora”, relata.
Mesmo com a tentativa dos funcionários, o Oito de Março não conseguiu atender as crianças em tempo integral e, nesta quarta-feira (14), emitiram um comunicado pedindo para que os pais e responsáveis busquem os alunos até as 14 horas, a partir da próxima segunda-feira (19). No anúncio, a equipe do Cmei afirma que o atendimento está sendo feito de forma precária e “sobrecarregando a todos de forma insustentável”.
Bia explica que em outros Cmeis e escolas a situação se repete, inclusive no que diz respeito a funcionários ocupando mais de uma função. Para a presidente do Sintego, os cargos de agentes educativos, auxiliares e pedagogos são os mais urgentes nas unidades de educação infantil.
Maianí ressalta ainda que nas unidades há muitos casos de remanejamento de funcionário, o que não é ideal, uma vez que de todo modo alguma função acaba não sendo realizadas. Bia aponta que muitos auxiliares, por exemplo, são colocados para ministrar aulas, quando sua função é cuidar e supervisionar a criança. “E eles recebem menos por isso, pois foram contratados para outros cargos e não recebem a mais por cumprir mais de uma atividade”, argumenta a presidente do Sintego.
O déficit de funcionários atrapalha a rotina dos pais de crianças matriculadas em Cmeis. O horário de funcionamento regular é das 7 horas às 17h30, mas muitas unidades esperam os responsáveis até às 18 horas. Maianí conta que vai ter que reorganizar seu horário no trabalho e muitos pais não tem com quem deixar os filhos durante a tarde.
Contratação
Para Bia, é preciso que o município convoque os funcionários aprovados no concurso. “Nós solicitamos à Secretaria Municipal de Educação e Esporte (SME) que acelere a convocação dos aprovados; 1.496 já foram chamados, mas muitos ainda não começaram a trabalhar. Além disso é preciso que chame o restante dos aprovados e quem sabe realize um novo processo seletivo”, argumenta.
O Sintego realizou nesta sexta-feira (16), uma assembleia para deliberar sobre, dentre outras coisas, o déficit de funcionários na rede municipal de educação. Segundo a presidente, foi criada uma comissão que deve permanecer no Paço Municipal até que audiência reivindicada desde o início do ano seja concedida.
Caso o município não atenda a solicitação, o Sintego prevê uma greve para o dia 27 deste mês. Maianí explica que os pais de crianças matriculadas em Cmeis também estão se organizando para reivindicar atendimento nas unidades em período integral.
Em nota, a SME informou que está organizando para que merendeiras sejam remanejadas temporariamente para o Cmei Oito de Março. No que diz respeito às outras unidades, a secretaria garantiu que “a medida que os aprovados no último concurso tomarem posse, serão encaminhados efetivamente” para os locais que precisarem.