Coari registra sete mortes por covid-19 por falta de oxigênio
O Hospital Regional de Coari registrou a morte de sete pacientes internados com a covid-19…
O Hospital Regional de Coari registrou a morte de sete pacientes internados com a covid-19 por falta de oxigênio, nesta terça-feira (19), segundo divulgou a prefeitura do município do interior do Amazonas.
Segundo a nota divulgada, a cidade deveria ter recebido 40 cilindros de oxigênio às 18h de ontem (18), mas o voo que levaria o insumo foi direto para o município de Tefé (AM) e ficou impossibilitado de retornar, já que, no momento, o aeroporto não opera voos noturnos. Os cilindros chegaram a Coari apenas às 7h de hoje.
A prefeitura disse na nota que a Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas está lidando com a saúde do interior de “forma irresponsável”. “Desde a semana passada, em torno de 200 cilindros do Hospital Regional de Coari estão retidos pelo patrimônio da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas. A maioria aguardando abastecimento, enquanto a outra parte foi distribuída para as Unidades Básicas de Saúde da capital”, diz a nota.
O aumento no número de internações de pessoas infectadas pelo novo coronavírus levou à lotação dos hospitais e a uma crise no sistema de saúde do estado. Uma força-tarefa em parceria com o governo federal está realizando a transferência de pacientes internados para outros estados para diminuir a lotação desses hospitais públicos.
O último boletim da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas, divulgado ontem (18) à noite, contabilizou 232.434 casos de covid-19 no estado. Desde que a presença do novo coronavírus no país foi confirmada, no fim de fevereiro de 2020, 6.308 pessoas morreram no estado em decorrência da doença.
Entre os casos confirmados, 1.766 pacientes estão internados, sendo 1.144 em leitos (475 na rede privada e 669 na rede pública), 598 em UTI (284 na rede privada e 314 na rede pública) e 24 em sala vermelha (estrutura voltada à assistência temporária para estabilização de pacientes críticos ou graves que, uma vez estabilizados, são encaminhados a outros pontos da rede de atenção à saúde).
Nota
A Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM) disse, em nota, que, ontem (18), por um atraso por parte da empresa White Martins em liberar os cilindros que seriam enviados de Manaus para Coari, não foi possível levar o oxigênio em voo direto, considerando que o aeroporto da cidade não opera à noite. Os 40 cilindros foram enviados então em voo para Tefé, para que de lá a carga fosse transportada de lancha para Coari.
“A transferência dos cilindros de lancha para Coari foi alinhada com a cooperação da prefeitura de Tefé e, de acordo com a Secretaria Executiva Adjunta do Interior da SES-AM (SEAI-SES/AM), houve um novo atraso na saída da lancha para Coari, o que contribuiu também para que a chegada do material não ocorresse no tempo necessário”, diz a nota da pasta.
A nota acrescenta que “as entregas e envios seguem ocorrendo diariamente para os municípios do interior, seja por envio terrestre, aéreo ou em retirada pelos municípios na sede do patrimônio da SES, localizada na Central de Medicamentos”.
Pará
No município de Faro, no Pará, uma pessoa morreu por asfixia na madrugada desta terça-feira pela falta de oxigênio. A prefeitura informou que os cilindros estavam previstos para chegar durante a madrugada, mas só chegaram na manhã de hoje, devido a um atraso na entrega em Santarém pela distribuidora.
No entanto, o município acrescenta que o estoque de oxigênio já foi reabastecido e que deve durar por mais dois dias. Ao longo da semana, a previsão é que novas cargas cheguem à cidade. Ao todo, 27 pacientes internados na cidade dependem do tratamento com oxigênio. Desde o começo da pandemia, a prefeitura informou que foram sete mortes em decorrência da covid-19.
O governo do Pará informou que caminhões contendo um total de 159 cilindros de oxigênio chegaram ontem (18) a Santarém, no oeste do Pará. De lá, eles foram distribuídos para as cidades de Oriximiná (79), Terra Santa (30), Faro (20) e Juruti (30). Conforme informou a prefeitura, os 20 cilindros são pagos pelo município e o governo estadual cuida da logística.