Turismo

Cobrança de entrada no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros deve começar nos próximos dias

Empresa que administra a reserva afirma que houveram problemas na implementação do sistema

A entrada no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, que era gratuita, passará a ser cobrada nos próximos dias. É o que afirma a SociParque, empresa que administra a reserva desde de dezembro de 2018.

A cobrança já havia sido anunciada pelo O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O órgão afirmou, em nota, que ela passaria a valer a partir do dia 25 de junho. A empresa, entretanto, alegou que houveram alguns entraves na implementação do sistema.

“Houve um atraso por conta da implantação do sistema e liberação da inscrição municipal junto a prefeitura. Tão logo tenhamos essa liberação iniciaremos as cobranças”, disse a SociParque em nota. Os valores foram regulamentados pela portaria nº 831/2018 e vão de R$ 3, para os moradores da região, até R$ 34, para turistas estrangeiros (confira a lista completa no final da matéria).

Os moradores da Vila de São Jorge, um distrito de Alto Paraíso de Goiás que fica na entrada do Parque, estão vendo a mudança com bons olhos. É o que afirma Murillo Aleixo Bianchini, representante da Associação Comunitária da Vila de São Jorge (AsJor).

Murillo disse que os valores de anunciados são mais baixos do que os praticados em outras atrações privadas na região. Por esse motivo, a cobrança de entrada não devem alterar a expectativa de visitantes durante o XIX Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros. O evento acontece entre os dias 20 de julho e 3 de agosto e levou 15 mil pessoas para São Jorge em 2018.

“Acredito que a cobrança deve começar antes da realização do encontro. Vai ser uma experiência nova, mas acredito que conseguiremos trazer entre 18 e 20 mil pessoas”, concluiu.

MUDANÇAS NO PARQUE

A concessão para a iniciativa privada aconteceu em dezembro de 2018. A SociParque, vencedora da licitação, irá gerenciar o espaço por 20 anos. Ela será responsável pelo controle de acesso ao parque, recepção de visitantes, venda de ingressos, alimentação, loja de conveniência, espaço de camping das Sete quedas e transporte interno.

A estimativa é que serão investidos R$ 2,2 milhões. De acordo com o ICMBio, a ideia é aumentar a visitação pública nos parques administrados pelo instituto “, melhorando a infraestrutura das unidades de conservação para atender o visitante”.

Murillo disse que o projeto está integrando a população local. “os oito funcionários contratados pela empresa são da região. O projeto deles quer utilizar a mão de obra local desenvolver suas atividades”.

O representante das AsJor acredita também que a concessão irá beneficiar a população da região. “O ICMBio não foi prioridade do último governo, e por isso está sucateada”, disse Murillo. “Isso trouxe várias dificuldades para a manutenção do parque. Chegamos a fazer campanhas para arrecadação de material de limpeza, de combustível. Com a mudança, A ICMBio irá focar a sua atuação na preservação da biodiversidade, enquanto a empresa irá cuidar recepção dos turistas”.

VALORES DOS INGRESSOS, CONFORME PORTARIA Nº 831/2018 DO ICMBIO:

Público em Geral R$ 34,00

Desconto Brasil (50%) R$ 17,00

Desconto Mercosul (25%) R$ 26,00

Desconto Entorno (90%) R$ 3,00, neste caso é a concessão se aplica aos residentes dos municípios Alto Paraíso de Goiás, Cavalcante, Colinas do Sul, Nova Roma, São João D’Aliança, Teresina de Goiás.

Isentos – precisam se enquadrar nestas categorias:

I – visitante brasileiro ou ao estrangeiro que demonstre possuir residência permanente no Brasil com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos;

II – crianças com até 12 (doze) anos de idade incompletos desde que acompanhadas de um adulto;

III – estudantes e acompanhantes cujo estabelecimento de ensino regular agende previamente junto à administração das unidades de conservação a realização de atividades de educação ambiental;

IV – populações tradicionais extrativistas beneficiárias da unidade de conservação;

V – colaboradores ou membros de instituições colaboradoras;

VI – pesquisadores autorizados pelo Instituto Chico Mendes para realizar pesquisas na unidade de conservação;

VII – servidores de órgãos públicos, desde que a serviço;

VIII – guias de turismo, devidamente regularizados pelo Ministério do Turismo, no exercício de suas atividades profissionais; e

IX – condutores de visitantes cadastrados de acordo com os critérios estabelecidos pela chefia da unidade de conservação.