A rede de colégios militares do Estado de Goiás, sob o comando da Policia Militar, está sendo ampliada. De seis unidades que existiam no final do ano passado, a rede saltou para 21, sendo que 16 já estão em pleno funcionamento. As restantes poderão entrar em atividade já no início do ano que vem, dependendo apenas de providências finais. De 10 mil alunos matriculados nos colégios militares existentes, a cifra subiu para 21 mil jovens que frequentam as unidades em atividade.
O coronel PM Júlio César Mota, comandante da rede de colégio militar, explica que a ampliação resultou do atendimento de um anseio da comunidade, que vinha reivindicando junto ao governo estadual a criação de novos colégios militares.
As novas unidades já estão funcionando em escolas que já existiam na rede pública de ensino. Elas foram apenas adaptadas para o novo regime de administração escolar, depois de passarem pelas necessárias adequações físicas.
O que distingue o colégio militar da escola convencional, afirma Júlio Mota, “é o modelo diferenciado de gestão”. Este modelo diferenciado de gestão dá maior ênfase à disciplina e busca a excelência do ensino. Valoriza a participação das famílias no encaminhamento dos assuntos comunitários relacionados à escola e busca promover os valores da cidadania e do civismo, além de buscar a excelência do ensino.
“Tivemos os maiores índices do Ideb (Índice de desenvolvimento básico da educação) e um aluno nosso obteve a maior nota do Enem (Exame nacional do ensino médio)”, celebra o coronel. Ele informa ainda que 12 alunos de uma unidade do colégio militar em Goiânia foram aprovados no último vestibular para Medicina da UFG, o mais concorrido do Estado de Goiás. Em cada 100 alunos dos colégios militares, 97 conseguem aprovação em vestibulares, informa Júlio Mota.
Disciplina militar
A grade curricular do colégio militar é a mesma da escola convencional. Os professores são os da rede oficial de ensino. Mas o que torna o colégio militar diferente é a ênfase na disciplina, dentro de uma visão de cultura militar. Não se trata de militarização do ensino. Os alunos não estão sob regime castrense, mas sob um regime mais rígido que o das escolas convencionais.
Todos os alunos são obrigados a usar uniforme, talhado em estilo militar. O uniforme nivela os alunos, fazendo desaparecer as diferenças sociais. Para os que não têm condições de comprar o uniforme, a escola o fornece gratuitamente, após o serviço social atestar a carência da família. Os alunos fazem formatura de ordem unida para ingressar em classe e, após o hasteamento da bandeira nacional, se dirigem a ela cantando o hino do Brasil.
Além disso, informa o coronel, o colégio militar estimula atividades culturais e prestigia o mérito. Alunos com o melhor desempenho, que obtêm médias altas, são condecorados. Cada escola possui banda marcial. Também são estimuladas as atividades esportivas e ações filantrópicas. No ano passado, os alunos dos colégios militares angariaram 30 mil brinquedos e cinco toneladas de alimentos, que foram doados a instituições de caridade, segundo o coronel.
Expansão
Os colégios militares, como estão distribuídos pelo Estado de Goiás, pela ordem de implantação e em funcionamento são: Goiânia (três unidades), Anápolis ( duas unidades), Rio Verde, Itumbiara, Goianésia, Jussara, cidade de Goiás, Jataí, Quirinópolis, Porangatu, Novo Gama, Aparecida de Goiânia e Formosa (uma unidade). E em fase de implantação: Águas Lindas, Mineiros, Luziânia, Senador Canedo, São Miguel do Araguaia, Pontalina e Catalão.