Com 50 palmeiras imperiais no centro histórico, Pirenópolis faz vistoria após queda nos arredores da Igreja do Bonfim
Queda não abalou estrutura do templo histórico tombado pelo Iphan
Técnicos da Prefeitura de Pirenópolis farão, nesta segunda-feira (21), vistoria pela cidade após a queda de uma palmeira imperial de 20 metros de altura, neste domingo (20), nos arredores da Igreja Nosso Senhor do Bonfim. A administração calcula que a cidade tenha entre 40 e 50 palmeiras imperiais no centro histórico. A intenção com a frente de trabalho é, portanto, entender os motivos que ocasionaram o tombamento e prevenir novos incidentes que ofereçam riscos a população, turistas e estruturas históricas da cidade.
De acordo com a administração local, a cidade tem outras 5 palmeiras imperiais fixadas em torno das igrejas do Bonfim e da Matriz, que compõem o conjunto arquitetônico, urbanístico, paisagístico e histórico de Pirenópolis, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 1990. Segundo a prefeitura, a palmeira foi plantada na década de 1980 e tinha cerca de 35 anos de idade. Plantas dessa espécie podem atingir até 40 metros de altura.
O tombamento atingiu apenas a rede elétrica e não deixou feridos. O enorme tronco caiu no sentido oposto ao do prédio histórico, datado de 1750, e bloqueou o trânsito da Avenida Luiz Gonzaga Jaime. Site de notícias local apontou que um carro estava estacionado a 20 centímetros da área da queda e que moradores se assustaram com o estrondo. O Mais Goiás tentou contato com comércios que ficam nas imediações da Igreja Nosso Senhor do Bonfim, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.
Causas precisam ser avaliadas
Uma possível ventania incomum tem sido considerada pela prefeitura como uma das hipóteses que levaram à queda da palmeira. No entanto, não há base científica para apoiar o discurso. Segundo o gerente do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), André Amorim, não há estação meteorológica na região para captar informações que possibilitem esse tipo de análise.
Por outro lado, André afirma que a altura da palmeira e a posição elevada do terreno em que ela estava reforçam a tese de que a planta pode ter sido derrubada pelo vento. “Há que se analisar outros elementos, como idade e saúde da planta, mas quanto mais alta ela estiver, mais tem condições de ser impactada pela ventania”, comenta.
“Palmeira aparentemente saudável”
O Corpo de Bombeiros, que atendeu a ocorrência de remoção do tronco, também não constatou ventania incomum na cidade. Capitão Lucas Reis, chefe do serviço operacional do 17° Batalhão afirmou que a corporação não recebeu relatos de ventania. “Vimos que houve aumento no estado como um todo, mas não foi o caso aqui”.
Segundo ele, palmeira imperial que caiu estava aparentemente saudável. “A constatação da saúde, porém, tem que ser feita por um engenheiro florestal, que avalia todos os elementos, como raízes e caule, por exemplo”. “Da nossa parte vamos conversar com a prefeitura para verificar as outras palmeiras da cidade no intuito de evitar novos casos”, continua.
Cuidados necessários
De acordo com Reis, a população precisa adotar medidas preventivas contra eventuais novas quedas de palmeiras e árvores. “Temos várias palmeiras e árvores grandes em Pirenópolis. A maior parte é antiga e do mesmo período. Então, é preciso evitar proximidade com essas plantas, deixar de estacionar próximo a elas e evitar circular em suas imediações quando possível. O evento de ontem não deixou feridos, mas, na sexta-feira (18), atendemos ocorrência de uma gameleira que caiu sobre vários carros na zona rural. É preciso ter cuidado”, reforça o bombeiro.