SEGUNDA ONDA

Comércio de Goiás pode ter que fechar outra vez

Estado tem média de 890 novos casos por dia. Cenário é encarado como preocupante por autoridades em saúde, que não descartam novos decretos restritivos caso população não mude de comportamento em relação aos protocolos sanitários

(Foto: Jucimar de Sousa/Mais Goiás)

O estado de Goiás passa, atualmente, pela 2ª onda de Covid-19. O cenário é preocupante, já que o território goiano tem registrado média de 890 novos casos de contágio por dia, segundo a Secretaria da Saúde (SES-GO). Levantamento compreende dados das últimas três semanas. De acordo com a pasta, comportamento da população em relação a aglomerações e demais protocolos sanitários precisa mudar. Caso número de infectados sofra aumento considerável, governo não descarta a possibilidade de decretar novo fechamento do comércio, entre outras medidas mais restritivas.

De acordo com a Superintendente em Saúde, Flúvia Amorim, Goiás teve estabilização por cerca de três semanas, com baixa quantidade de registro. Tal período, porém, foi curto e, nas semanas subsequentes, os casos de contágio voltaram a aumentar. Por conta das festas de fim de ano e falta de cumprimento dos protocolos sanitários, a explosão de casos tem ocorrido desde o início de janeiro.

Segundo expõe Flúvia, o estado já teve média diária de 3 mil novos casos no ápice da pandemia em Goiás, em 2020. Apesar de a 2ª onda ainda estar abaixo dos registros feitos no pico da doença, entre agosto e setembro do ano passado, a superintendente vê o cenário atual com preocupação.

“A verdade é que mal saímos da 1ª onda. Tivemos um período muito curto de estabilização e os casos voltaram a subir. É preocupante porque se as pessoas não mudarem o comportamento os casos vão continuar aumentando. Temos cidades que registraram pouquíssimos contágios no ano passado, mas que agora estão em constante aceleração”, disse.

Medidas restritivas

Conforme relata a superintendente, o Centro de Operações de Emergências (COE) em Saúde Pública de Goiás tem realizado reuniões para discutir soluções para tentar conter a aceleração de contágios. Na primeira reunião do ano, o grupo levantou as atividades com maior risco de contaminação, como bares e boates, o que levou o governador Ronaldo Caiado (DEM) a baixar um decreto que determina a lei seca no estado. Desde terça-feira (26), o consumo de bebidas alcoólicas está proibido após às 22h.

Nos próximos dias, novas reuniões devem discutir os riscos das demais atividades. “Nós fazemos um pedido para que a população pare de aglomerar e mantenha cuidados básicos. É preciso trabalho individual e coletivo com responsabilidade. Não queremos que tudo feche outra vez, mas se os casos continuarem aumentando e as pessoas não fizerem uso dos protocolos, não teremos outra alternativa”, afirmou Flúvia.

Ainda de acordo com ela, o estado conseguiu ampliar os leitos de UTI e enfermaria destinados especificamente ao tratamento da Covid-19, mas tal medida não é suficiente. “Essa ampliação é limitada. Vai chegar o momento de não ter mais profissionais para atuar nestes locais. Precisamos melhorar a gestão dos protocolos e isso depende de cada um. Temos que diminuir o contato físico e aglomeração e caminhar assim até que tenha vacina para todos”.

Cenário

Atualmente, Goiás possui 344.955 casos acumulados de Covid-19. Deste número, 332.126 estão recuperadas. A SES investiga 296.626 casos suspeitos e já registrou 7.318 óbitos causados pela doença.

Já o índice de isolamento social continua baixo no estado. Segundo dados da empresa In Loco, a taxa de confinamento é de apenas 34,4%, perdendo apenas para Tocantins, que tem 33,5% de isolamento.