INVESTIGAÇÃO

Estado do corpo que pode ser de pedagoga dificulta investigação, diz advogada

Sangue foi encontrado no veículo

Carro em que suposto corpo de Fábia foi encontrado (Foto: Reprodução)

A condição em que estava o corpo que pode ser da pedagoga Fábia Cristina Santos, de 43 anos, encontrado na segunda (22), em uma mata às margens da GO 469, em Abadia de Goiás, dificulta saber como foi o crime. A informação é da advogada da família da vítima, Rosemere Oliveira.

Fábia desapareceu em 9 de março, quando saiu de casa, em Goianira, para ir à missa de 7º dia do pai dela, em Quirinópolis. Conforme a advogada, não foi possível saber como a pessoa encontrada foi morta, uma vez que o corpo encontrado estava em estado avançado de decomposição.

Ela desapareceu há 40 dias com o marido Douglas José de Jesus, de 46, que é o principal suspeito pela morte da mulher e está foragido. A vítima tem dois filhos, de 27 e 16 anos, além de duas irmãs. Segundo a advogada, eles reconheceram que se tratava de Fábia quando ela mostrou uma foto enviada pelas autoridades devido às vestimentas. “Estava com sandália e relógio”, revela.

O corpo estava fora do carro do casal, também no local. Ainda de acordo com Rosemere, sangue foi encontrado no veículo. Oficialmente, a Polícia Científica acredita que somente exames de DNA poderão comprovar que o cadáver é mesmo de Fábia.

Desaparecimento

O casal desapareceu no último dia 9 de março, quando saiu de casa, em Goianira, para ir à missa de 7º dia do pai de Fábia, em Quirinópolis.

Os dois passaram um posto de combustíveis, em Goiânia. Imagens de câmeras de segurança mostram o casal no posto. Na filmagem é possível ver que Douglas é quem dirige o veículo, enquanto a pedagoga viaja no banco do passageiro.

Depois de passar no estabelecimento, o casal seguiu em um caminho oposto à cidade de Quirinópolis, onde o restante da família estava para a missa. O carro em que eles estavam levou multa por excesso de velocidade na GO-469, às 14h18 do dia 9 de março. Já às 14h27, a mulher enviou mensagem pedindo ajuda ao filho. Depois disso, não houve mais nenhuma comunicação do casal com os familiares.

Nome falso e violência

Segundo a Polícia, Douglas é considerado foragido da Justiça em razão de um duplo homicídio em 1996 e, desde então, usava o nome de um suposto irmão, Wander José de Jesus. A advogada afirma que esse “irmão” não existe.

Conforme a família da pedagoga, a mulher já foi agredida pelo marido várias vezes, sendo a última violência dias antes do desaparecimento.

Pedido de socorro

Durante as investigações, a Polícia Civil descobriu que, na tarde do dia nove de março, a pedagoga enviou duas mensagens pedindo socorro ao filho mais velho. Um dos textos foi apagado, mas o outro dizia “me ajuda”.

Após o desaparecimento, familiares de Fábia também descobriram, após conseguirem acesso ao e-mail dela, que a pedagoga havia sido agredida, recentemente, e amarrada com fios pelo marido.

“Localizar e prender o Douglas agora é questão de honra para nós, e vamos encontra-lo, onde quer que ele esteja”, afirmou a delegada Carla de Bem, titular da Delegacia de Goianira, e responsável pelas investigações.

A PC decidiu divulgar a imagem de Douglas, que agora tem três mandados de prisão em aberto, para que, caso alguém saiba onde ele se encontra, que faça a denuncia, mesmo que de forma anônima. O telefone para denúncias é o 197.

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