Conselho pede a reabertura das academias em Goiás
O Conselho Regional de Educação Física de Goiás e do Tocantins (CREF14/GO-TO) solicitou ao governador…
O Conselho Regional de Educação Física de Goiás e do Tocantins (CREF14/GO-TO) solicitou ao governador Ronaldo Caiado (DEM) a reabertura e funcionamento parcial das academias e espaços similares no estado de Goiás. O pedido foi feito em uma nota pública na qual afirma que a educação física deve ser considerada atividade essencial e que os estabelecimentos devem tomar medidas que impeçam a proliferação do coronavírus.
O conselho argumenta que as atividades físicas previnem uma série de comorbidades que podem agravar o estado de saúde de um paciente infectado com o coronavírus. O texto ressalta também que o profissional de educação física é o único capaz de ministrar exercícios e que, no entanto, permanece impedido de exercer sua profissão.
“[…] a atividade de saúde, importantíssima nesse período de pandemia, posto que previne o medo, a ansiedade, o aumento de peso e de níveis de colesterol, de pressão alta, de diabetes e, principalmente, o sedentarismo, sendo exatamente o Profissional de Educação Física o único profissional apto para esta emergência, se encontra ainda neste momento impedido de retomar às suas atividades profissionais.”
O texto argumenta ainda que o funcionamento parcial das academias oferece menos riscos à população do que a realização de uma série de atividades liberadas pelo governo no último decreto. Entre elas estão as feiras livres, a barbearias, salões de beleza e celebrações religiosas.
“Academias vão fechar”, diz presidente
O presidente do CREF, Marcos Lopes, ressalta que, além dos benefícios à saúde, existe a questão econômica do setor. A atividade, que gera cerca de 10 mil empregos diretos, está passando por dificuldades.
“A perspectiva de muitas academias é de nem reabrir. Já estão havendo demissões e queremos evitar uma crise social no setor. Vários profissionais estão com muitas dificuldades. Entramos em contato com a Caixa Econômica Federal e com a Goiás Fomento para tentarmos facilitar o acesso a crédito para esses empresários, com o objetivo de evitar prejuízos maiores”, ressalta.
O presidente ressalta que, em caso de reabertura, vários cuidados serão tomados nos estabelecimentos. “Precisamos tomar as medidas recomendadas pela OMS. Os estabelecimentos terão que disponibilizar álcool em gel, espaço para assepsia das mãos, isolamento de bebedouros. Além disso, vamos providenciar a limpeza e distanciamento, dentro das possiblidades dos aparelhos, reforço na limpeza e uso de máscaras e luvas. Além disso, não poderá haver contato entre alunos e profissionais. Também estamos solicitando que os profissionais façam cursos de capacitação oferecidos pelas autoridades de saúde”. Afirmou.
Marcos ressalta também a importância de realizar uma atividade física orientada por um profissional durante a pandemia. “A atividade bem orientada pode ajudar muito para amenizar os efeitos da quarentena. Muitas pessoas estão co ansiedade e depressão, e fazer exercícios corretamente tem um papel importante não só na questão física, como no aumento da imunidade e no aspecto psicológico”, conclui.
Abertura precipitada
Em entrevista ao Mais Goiás, o infectologista Boaventura Braz de Queiroz achou a abertura das academias precipitada. Ele afirmou que o estado ainda não chegou no pico da doença e que será difícil estabelecer e fazer cumprir as regras para todos os estabelecimentos.
Apesar de achar importante, acho precipitado. O ideal é eu haja uma paralisação por esses 30 dias, seria fundamental. O estabelecimento de regras é muito difícil. Como que vai estabelecer um número mínimo de pessoas que vai frequentar, se todos pagam e tem direito? Considero que a abertura é inconveniente. É importante repensar isso em um outro cenário.
Boaventura falou ainda sobre o cenário da doença no estado e a importância de manter o distanciamento social no próximo período. “Nós ainda estamos com uma curva em ascensão. Temos um cenário satisfatório em Goiás, mas o índice de subnotificação significativo. Um estudo da Universidade de Pelotas afirma que, para cada caso registrado, temos mais oito assintomáticos. Podemos ter um número de infectados oito vezes maior. Por mais importantes que as atividades físicas sejam, acho que ainda não é hora de gerar aglomerações”, concluiu.