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Leilão define futuro de BR-060 e BR-452 em Goiás

Aviva desbancou concorrentes ao oferecer um desconto de 18,07% sobre a tarifa de pedágio

Consórcio Rota Verde leva rodovias em Goiás em leilão dominado por fundos de investimentos
Consórcio Rota Verde leva rodovias em Goiás em leilão dominado por fundos de investimentos (Foto: Triunfo Concebra)

SÃO PAULO (FOLHAPRESS) – O Consórcio Rota Verde Goiás, encabeçado pelo fundo de investimentos Aviva, arrematou a Rota Verde, concessão federal que reúne trechos das BR-060 e 452, em um leilão disputado com mais outras três proponentes nesta quinta-feira (12), na B3 (Bolsa de Valores). A administradora propôs um desconto de 18,07% sobre a tarifa de pedágio.

O leilão foi dominado por fundos de investimentos. O viva-voz, etapa em que os proponentes vão aumentando suas ofertas até chegarem ao valor final, foi disputado entre a Aviva, o BTG e o Consórcio Rota Cerrado, da XP.

O fundo de infraestrutura do BTG deu o segundo maior lance, um desconto de 17,97% sobre a tarifa de pedágio, mas não conseguiu superar a Aviva. Já o Consórcio Rota Cerrado, da XP junto a outras construtoras, ofereceu um deságio de 10,88%.

O Consórcio Infraestrutura GO, que reunia a EPR e a Perfin, propôs 0,9% de desconto e não chegou a ir para o viva-voz.

A condução dos estudos de concessão da Rota Verde foram feitos pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

A Rota Verde inclui o trecho da BR-060 que vai de Goiânia até o entroncamento com a BR-452, em Rio Verde (GO), e uma parte da BR-452, do entroncamento com a BR-060 até o entroncamento com a BR-153 em Itumbiara (GO), importante rota do agronegócio na região, e o contorno sul de Goiânia.

Com extensão total de 426 km, o traçado está concentrado no escoamento da cidade de Rio Verde (GO), que é a maior produtora de grãos do Estado e uma das maiores do país, com vocação voltada para produtos como arroz, milho, algodão, sorgo, cana-de-açúcar, feijão e girassol. A região também é conhecida pela presença de indústrias e produção bovina, avícola e suína.

O projeto prevê mais de R$ 4 bilhões de investimentos em infraestrutura ao longo dos 30 anos de contrato previstos no edital.

O leilão da Rota Verde foi realizado logo após o certame que concedeu à iniciativa privada cerca de 570 km de estradas federais e estaduais no Paraná, no que o ministro dos Transportes, Renan Filho, chamou de “superquinta”.

O leilão desta quinta é mais um da sequência de certames realizados sob uma nova modelagem adotada pelo governo Lula. Os interessados dão lances de desconto em relação à tarifa básica de pedágio, e o pagamento de aporte (caução) é necessário somente quando o corte na tarifa prometido é superior a 18%.

Depois desse patamar há a incidência de investimento de recursos para cada 1% de deságio apresentado, de forma cumulativa.

Os recursos do aporte irão inteiramente para a conta da concessão e serão utilizados, por exemplo, na execução de obras não previstas.

Antes do leilão, o ministro Renan Filho comparou a modelagem adotada pelo governo federal com o modelo dos certames do Governo de São Paulo.

“No Governo de São Paulo, a disputa é por maior outorga. Isso significa que a outorga entra na conta para calcular tarifa. No nosso projeto, vence a menor tarifa e, quando passa do desconto de 18%, a gente tem uma curva para desestimular o que ocorria no passado: desconto muito grande e a não conclusão do projeto”, disse.