Corpo de arquiteto desaparecido no Vale da Lua será sepultado nesta quinta (26)
Sepultamento será realizado no Cemitério do Gama, Distrito Federal. Família optou por não realizar velório
A despedida do arquiteto Jacob Vilar Santana, de 31 anos, será feita nesta quinta-feira (26). O corpo do homem que ficou desaparecido por mais de 20 dias no Vale da Lua, na Chapada dos Veadeiros, será sepultado no Cemitério do Gama, no Distrito Federal (DF), às 15h30. Família optou por não realizar velório.
As informações sobre o último adeus ao brasiliense foram confirmadas pela cunhada do homem, Verônica Ribeiro. Ela, no entanto, preferiu não dar outros detalhes em razão do momento de dor. O turista foi encontrado na última segunda-feira (23) após ficar desaparecido ao ser levado por uma cabeça d’água enquanto fazia trilha com a namorada e amigos. A identificação da vítima foi feita nesta quarta-feira (25) por meio de perícia papiloscópica através de exames das digitais do homem.
Para os bombeiros que auxiliaram nas buscas pelo corpo do arquiteto durante cerca de 22 dias, o sentimento é de alívio. “Para a família é uma resposta. É o momento em que começa o luto. Enquanto a vítima não é encontrada todos ficam na dúvida: será que está vivo? Será que está em outro lugar? A localização do corpo é uma resposta e a partir disso a família entra no processo de aceitação”, afirmou o major Juliano, que auxiliou no comando das buscas.
Segundo ele, em ocorrências que envolvem procura da vítima cria-se aflição e ansiedade nos militares envolvidos. “Fica aquela ansiedade de obter resultados. Como a ocorrência foi se prolongando fica aquela sensação de frustração”, disse. Por este motivo, conforme explica o major, as buscas eram feitas em forma de rodízio. “Um mesmo militar que atua no 1º, 2º e até 3º dia de procura e não tem resposta fica com o sentimento de frustração. Então, vem um novo bombeiro para renovar esse sentimento”.
Juliano conta que a região do Vale da Lua é dinâmica em razão da força das águas e, por isto, as buscas por Jacob foram mais complexas. O militar acredita que o corpo da vítima tenha ficado preso em algum local e depois tenha se deslocado nas águas.
“As equipes estiveram presentes em toda a extensão do rio, mas não puderam estar presentes em todos os lugares ao mesmo tempo. Como a natureza ali é diferenciada, certamente enquanto estávamos em um local, o corpo pode ter se deslocado para outro. Daí a dificuldade de encontrá-lo”, salientou.
Medidas de segurança
Para o major, as medidas de segurança no local devem ser intensificadas. Isso porque, segundo ele, mais de 10 pessoas morreram na região nos últimos vinte anos. “Esse tipo de ocorrência não tem sido incomum. É preciso implementar medidas de segurança principalmente em períodos chuvosos em que o risco é ainda maior”.
De acordo com o bombeiro, entre medidas eficazes está o monitoramento dos níveis da água por meio de sensor e alarme que mostra quando o nível foi elevado e se oferece risco. Além disso, a implementação de degraus, corrimãos, amarrações e guarda-corpos contribuem para a segurança dos turistas.
“O Vale da Lua é um ambiente bastante diferenciado e escorregadio. No período de chuva o risco aumenta muito. É preciso informar mais que o lugar oferece perigo e, claro, fornecer equipamentos e mecanismos de segurança”, disse.
Ainda de acordo com ele, a criação de um quartel do Corpo de Bombeiros também contribuiria para maior segurança dos turistas. “Com uma base no local seria possível ter ações contínuas de medidas prevencionistas. As ocorrências têm sido comuns e nestes casos é preciso acionar bombeiros de Luziânia, Planaltina, Goiânia e até do Distrito Federal. Com uma base lá a resposta pode ser mais rápida”.
O Mais Goiás tentou contato com o administrador do Vale da Lua, mas as ligações não foram atendidas. As mensagens via aplicativo também não foram respondidas.