Corte de 50% em atendimentos eletivos do Ipasgo gera protesto de hospitais e laboratórios
Em carta aberta, as associações afirmam que os cortes anunciados pelo Ipasgo vão compremeter a assistência de 600 mil usuários
Associações e sindicatos de hospitais e laboratórios de Goiás publicaram, nesta quinta-feira (9), uma carta aberta onde manifestam insatisfação com a recente decisão do Instituto de Assistência dos Servidores Públicos de Goiás (Ipasgo) de cortar em 50% as cotas de atendimentos eletivos. De acordo com o documento, a alteração teria sido comunicada na última segunda-feira (6) e deve comprometer a assistência de mais de 600 mil usuários.
A carta é assinada por cinco associações e sindicatos que representam hospitais privados, bancos de sangue, clínicas e laboratórios, como a Ahpaceg, o Sindhoesg e o Sindilabs. Nela, as entidades alegal que os prestadores de serviço de saúde privados de Goiás foram surpreendidos pelo comunicado do Ipasgo, enviado por um aplicativo de mensagens, dando conta de que o instituto cortaria metade dos atendimentos eletivos. A decisão se justificaria pelo fato de o Ipasgo ter atingido “o teto orçamentário de 2021, previsto por decreto estadual.
No dia 6 de setembro, segunda-feira, hospitais, clínicas, laboratórios, bancos de sangue e demais prestadores de serviços de saúde privados do Estado de Goiás, credenciados pelo Ipasgo, foram surpreendidos com a notícia de corte de 50% nos atendimentos eletivos. “A decisão não levou em conta os tratamentos que ficaram represados durante a pandemia, suspensos pelo próprio instituto. Na prática, isso significa que a assistência aos usuários será severamente comprometida, já que, em razão da demanda represada e da redução de cotas, a rede assistencial não terá condições de realizar exames, procedimentos médicos e cirurgias não emergenciais, mas de intervenção imprescindível”, alegam as entidades.
Por fim, as associações afirmam esperar “que a questão seja sanada o mais rápido possível, pois a medida ameaça a assistência, a qualidade de vida e a saúde dos pacientes, principalmente daqueles que necessitam de tratamentos oncológicos, cardíacos, neurológicos, obstétricos, entre outros”.
A reportagem do Mais Goiás entrou em contato com o Ipasgo, que prometeu um posicionamento sobre o caso. O espaço permanece aberto.
Ipasgo tem quase 900 prestadores de serviços cadastrados
Em julho deste ano, o Ipasgo abriu inscrições para o credenciamento de pessoas jurídicas – da área da saúde – visando, segundo o presidente do órgão, Hélio José Lopes, “a reestruturação da rede”. Hoje, o instituto conta com 886 prestadores de serviços cadastrados como pessoa jurídica, sendo 184 hospitais e 702 clínicas, fornecedores, cooperativas, ambulâncias e outros.
Com o novo credenciamento, a previsão é alcançar 1 mil inscritos que estejam interessados em compor a rede de prestadores de serviços pelos próximos cinco anos.
Atualização:
Em nota enviada ao Mais Goiás, o Ipasgo declarou que houve aumento excessivo de gastos com procedimentos, o que acabou causando o extrapolamento do limite orçamentário. Porém, afirmou que as ações de corte “visam não comprometer a continuidade da prestação de serviço dos prestadores e, também, a saúde dos beneficiários do Instituto.”
Veja a nota:
“- Nos últimos meses, devido à demanda reprimida causada pela pandemia, os prestadores de serviço aumentaram excessivamente os gastos com procedimentos (consultas, cirurgias, internações, exames, home care e oncologia).
– Em razão disto, o limite orçamentário do plano de assistência foi extrapolado nos meses de julho e agosto, sendo necessário estabelecer medidas de contenção de gastos para garantir o equilíbrio financeiro e orçamentário para fechamento do ano de 2021.
– As ações visam não comprometer a continuidade da prestação de serviço dos prestadores e, também, a saúde dos beneficiários do Instituto.”