Corte de R$ 1 bi ameaça universidades; UFG pode perder R$ 16 mi no orçamento
Anúncio foi feito por ministério da Educação e Economia. Instituição goiana afirma que não será possível manter contratos firmados
As Universidades Federais em todo o país terão que lidar com um corte de quase R$ 1 bilhão em seus orçamentos no ano que vem. É o que afirmou a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) em entrevista coletiva realizada nesta quarta-feira (12). De a acordo com a entidade, as verbas das instituições poderão uma redução de 18,2%. Na Federal de Goiás (UFG), que deve ter bloqueio de R$ 16,5 mihões, a previsão é de que não será possível manter contratos firmados.
De acordo com o presidente da Andifes e reitor da UFG, Edward Madureira, o anúncio do corte foi feito pelos ministérios da Educação e da Economia. Eles pretendem incluir os novos valores na proposta do orçamento da União, que será votada no Congresso Nacional.
“Não só as universidades são impactadas com essas medidas, além do futuro da ciência brasileira, teremos o impacto no futuro de uma geração de estudantes e na economia de muitas cidades”, disse Edward. Ele afirmou também que a economia de pelo menos 320 localidades onde há campi de universidades federais também será duramente afetada, sobretudo nos menores municípios, onde a atividade econômica é menos diversificada.
Os reitores preveem que o impacto será sofrido em todos os níveis de administração e de manutenção das 69 Universidades Federais em todo o país. Entre elas estão as políticas de auxílio estudantil, como bolsas para moradia, alimentação e permanência.
O corte na UFG
O pró-reitor de Administração e Finanças da UFG (Proad/UFG), Robson Maia Geraldine, afirmou que o corte, se aprovado, virá de forma linear e que a instituição não conseguirá manter contratos firmados.
“Na UFG, (o corte) representa um montante de R$ 16,5 milhões”, diz Robson. “Não há ajuste nos contratos que consiga superar esse menor orçamento. Nos deixa pensando como será o ano de 2021. As dificuldades que estamos enfrentando há muito tempo nos fizeram realizar vários ajustes nos contratos. Esses ajustes que já fizemos nos impedem de andar mais”.
O pró-reitor ressaltou também que questões como segurança, limpeza e manutenção de prédio e equipamentos serão muito afetadas caso o corte se confirme.
“Já temos hoje menos pessoas na segurança, na limpeza e em vários outros serviços. Esses já estão muito prejudicados. A questão da limpeza já não é adequada a um tempo. Existe também a manutenção predial, reparo e reposição de móveis e de equipamentos de laboratórios, que está muito prejudicado”, concluiu.