Ônibus

Covid-19: queda na demanda no transporte público pode ultrapassar 50%, segundo RedeMob

O RedeMob Consórcio, que abriga as operadoras Metrobus, HP, Reunidas, Rápido Araguaia e Cootego, na…

O RedeMob Consórcio, que abriga as operadoras Metrobus, HP, Reunidas, Rápido Araguaia e Cootego, na região metropolitana de Goiânia, informou queda na demanda da última segunda-feira (16) na ordem de 25%, em comparação com 18 de março de 2019, também segunda-feira. Em nota divulgada pela empresa, a mesma revelou que a tendência é contínua e drástica nos próximos dias, podendo ultrapassar os 50%. A causa dessas alterações é a pandemia de coronavírus (Covid-19).

Uma pessoa ligada a uma das operadoras, inclusive, relatou que a previsão é de que o dia útil fique como à demanda de domingo. O Mais Goiás entrou em contato com a assessoria de comunicação da Metrobus, que não tinha os números exatos, neste momento, mas que confirmou a queda de passageiros dentro dos ônibus.

A questão de bilheteria não foi possível informar, uma vez que o usuário pode “bilhetar” em uma linha diferente antes de chegar no eixo. Vale destacar que a Metrobus tem como linhas o eixo Anhanguera, em Goiânia, incluindo Senador Canedo, Trindade, Goianira e extensões.

Questionada sobre a possível redução de ônibus, a Metrobus relatou que ela e as demais operadoras acatam o que é definido pelo órgão gestor, no caso, a Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC).

CMTC

Em nota, a CMTC informou que, para a não propagação do vírus, monitora, desde segunda-feira (16), a demanda de passageiros no Sistema Integrado de Transportes da Região Metropolitana de Goiânia (SIT-RMG). “De acordo com o gráfico que traz o movimento de toda a demanda do transporte, o número de passageiros registrado ontem e hoje sofreu queda significativa quando comparado com a média deste mês.”

A nota aponta que o registro da média em março foi de 522 mil usuários em dia útil, número acima dos 480 mil que é a média também em dia útil registrada nos últimos meses pelo sistema. A segunda-feira, por sua vez, teve 394 mil/dia e esta terça-feira (17), 340 mil passageiros até o fechamento do texto.

“Com este cenário e a indicação de uma queda ainda maior dessa demanda nos próximos dias, a CMTC tomará decisões que podem levar a redução de frota que opera na capital e cidades integradas. Não há ainda a definição de como ficará a planilha horária, somente o entendimento de que é preciso operar o transporte com planilha reduzida visando ações para a não propagação do vírus. As medidas estão sendo discutidas em reuniões diárias entre o presidente da CMTC, Benjamin Kennedy Machado da Costa, a equipe técnica da companhia e representantes das concessionárias.”

Por fim, o texto esclarece que, na parte operacional, a frota já recebe desde esta terça-feira reforço na limpeza e higienização antes da operação e nas garagens. “Ficou definido que a partir de quinta-feira (20) procedimentos de higienização serão realizados também em terminais quando o ônibus estiver parado aguardando entrar em operação”, finaliza.

RedeMob e justificativa

Segundo nota da RedeMob, por conta das medidas para evitar o contágio, que visam restringir o movimento não essencial de pessoas (com trabalhos em home office e suspensão de aulas, por exemplo), haverá impacto no número de usuários do transporte coletivo urbano. “Por exemplo, algumas cidades suspenderam as atividades educacionais em todos os níveis. À medida que houver a progressão do vírus, é possível que outras atividades sejam paralisadas também.”

Em nível nacional, segundo o documento, já houve redução, nas últimas semanas, de aproximadamente 15% da demanda de passageiros pagantes em função da suspensão das atividades educacionais. Nesta semana, a expectativa é de diminuição na ordem de 25 a 30% em função da flexibilização das atividades laborais, tais como o teletrabalho. Na próxima, o número pode chegar a 50%.

“Caso exista a decisão de severa limitação de todo e qualquer deslocamento não essencial, as recentes iniciativas adotadas em várias cidades na Europa indicam que poderá ocorrer a paralisação de grande parte do sistema de transporte público. Isso acarretaria na redução de quase toda demanda de passageiros pagantes, mas seria necessário manter o mínimo da oferta dos serviços para classes sociais sem outra opção ou para deslocamentos para tratamento de doenças e emergências.”