Credenciamento de profissionais da saúde gera aglomeração na prefeitura de Goiânia
A Secretaria de Saúde de Goiânia não conseguiu impedir que houvesse aglomeração na sede da…
A Secretaria de Saúde de Goiânia não conseguiu impedir que houvesse aglomeração na sede da prefeitura, onde acontece o credenciamento de profissionais de saúde interessados em trabalhar em UTIs e leitos de enfermaria destinados a pacientes com covid-19. Houve desrespeito aos protocolos de segurança no domingo (7) e na manhã desta segunda-feira (8).
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) da capital diz que não houve tempo hábil para estruturação de um sistema virtual para o recebimento dos documentos. Alega que o assunto é urgente e que o recrutamento de profissionais para este fim não poderia esperar. O edital de chamamento público foi publicado na última sexta-feira (5) e a entrega dos documentos se encerra nesta segunda-feira (8).
O processo seletivo visa a contratação imediata de até 560 médicos plantonistas, enfermeiros, biomédicos, farmacêuticos, fisioterapeutas, nutricionistas, técnicos de enfermagem, maqueiros e outros profissionais da saúde. Os salários variam entre R$ 2,2 mil e R$ 15,6 mil.
Com curto prazo para a entrega dos documentos, candidatos têm enfrentado fila e aglomeração na sede do Poder Executivo Municipal. Uma enfermeira, que preferiu não ser identificada, classificou o processo seletivo como vergonhoso e desorganizado. “Foi mais uma trapalhada da Prefeitura. Poderiam dar maior prazo ou fazer o credenciamento via site”, afirmou.
A profissional afirma que, além da aglomeração no Paço Municipal, há também filas no Conselho Regional de Enfermagem de Goiás (Coren-GO), no Setor Marista. Segundo ela, a Prefeitura solicitou certidões emitidas pelo Conselho, mas o site da entidade está fora do ar e o telefone indisponível.
“Os candidatos estão indo presencialmente até o Coren para tentar conseguir essas certidões, pois é uma exigência da seleção. Muita falta de organização que poderia ter sido evitada. Me sinto desvalorizada e desrespeitada enquanto profissional de enfermagem”, criticou.
O outro lado
Em nota (confira íntegra abaixo), a Secretaria de Saúde (SMS) de Goiânia disse que o credenciamento possibilita a abertura de novos leitos de tratamento da Covid-19, considerando o agravamento dos casos e a ocupação próxima aos 100% nas unidades reguladas pelo município. Segundo o texto, o atendimento presencial ocorreu por conta do caráter emergencial, “ não havendo tempo hábil para estruturação de um sistema virtual que recebesse a documentação”.
“Importante destacar que a adesão dos profissionais inclui pessoas que já atuam no enfrentamento à pandemia, acarretando em adequação aos seus horários de plantão e, consequentemente, aglomerações pontuais. Entretanto, as equipes foram orientadas a organizar o público atendido de forma a dispersar filas, assegurando o distanciamento e, acima de tudo, a segurança dos candidatos”, afirma a nota.
O Mais Goiás também procurou o Coren em busca de posicionamento e aguarda retorno.
Nota da SMS:
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informa que o processo de credenciamento possibilita a abertura de novos leitos para tratamento exclusivo da Covid-19, considerando o agravamento dos casos e ocupação próxima aos 100% nas unidades reguladas pelo município. O chamamento iniciado no sábado já possibilita a abertura de dez a 25 leitos no Hospital das Clínicas Covid (HCC) até o início desta segunda-feira (09).
A SMS esclarece que o atendimento presencial se deu em virtude do caráter emergencial da medida, não havendo tempo hábil para estruturação de um sistema virtual que recebesse a documentação. Importante destacar que a adesão dos profissionais inclui pessoas que já atuam no enfrentamento à pandemia, acarretando em adequação aos seus horários de plantão e, consequentemente, aglomerações pontuais. Entretanto, as equipes foram orientadas a organizar o público atendido de forma a dispersar filas, assegurando o distanciamento e, acima de tudo, a segurança dos candidatos.
Ademais, graças às campanhas de vacinação contra a Covid-19 na capital e entorno, estes profissionais vêm recebendo doses do imunizante. Somente na capital, 50.955 trabalhadores da saúde receberam a primeira dose, enquanto 28.092 receberam o reforço.