Cremego suspende registro profissional de ginecologista suspeito de abusar de pacientes
Conselho afirmou também que abriu um processo ético-profissional para apurar as condutas de Nicodemos Júnior Estanislau Morais
O Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) suspendeu o registro profissional do ginecologista Nicodemos Júnior Estanislau Morais, suspeito de abusar sexualmente de diversas pacientes em Anápolis, a cerca de 60 km de Goiânia. A decisão tem validade de seis meses podendo ser prorrogada por outros seis.
O Cremego afirmou também que a suspensão foi decidida em uma reunião do conselho realizada nesta terça-feira (5) e já foi comunicada ao médico. O órgão abriu um processo ético-profissional para apurar as condutas de Nicodemos no mesmo dia em que ele foi preso, no dia 29 de setembro.
Ginecologista foi denunciado por 53 mulheres
De acordo com a Polícia Civil (PC), 53 mulheres já denunciaram o ginecologista por abuso sexual desde sua prisão, na última quarta-feira (29). Nicodemos já havia passado por audiência de custódia e o juiz decidiu mantê-lo em prisão preventiva. Entretanto, uma nova decisão o colocou em liberdade nesta segunda-feira (4).
O advogado dele, Carlos Eduardo Gonçalves Martins, disse ao G1 que ele terá que usar tornozeleira eletrônica e não poderá exercer a profissão. “O juiz entendeu que ele não preenche os requisitos do artigo 312 do Código de Processo Penal, que ele não vai atrapalhar as investigações, que ele tem residência fixa, que ele é réu primário”, disse o advogado.
Ao Mais Goiás, a delegada responsável pelo caso, Isabella Joy, contou que das denúncias registradas até agora 52 são de violação sexual mediante fraude e uma é de estupro de vulnerável, referente a uma jovem que tinha 12 anos de idade à época em que o médico teria cometido o abuso.
A delegada informou também que uma das denúncias diz respeito a uma cirurgia que Nicodemos Júnior teria oferecido a uma paciente em troca de sexo.
MP-GO recorreu da decisão de soltar Nicodemos
O Ministério Público de Goiás (MP-GO) recorreu da decisão da justiça de soltar o ginecologista. De acordo com o órgão, a ordem pública ainda está abalada diante da gravidade dos crimes.
A promotora responsável pelo recurso, Camila Fernandes Mendonça, afirmou que a prisão é necessária para garantir que outras vítimas procurem a justiça. Além disso, é importante também para que as que já denunciaram sintam-se livres e destemidas para reiterar os fatos em juízo.
Por fim, a promotora ressaltou que que algumas mulheres relataram que sentem medo de prosseguir com as denúncias e de que algo possa acontecer a elas com o médico em liberdade.