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Imagens de câmeras de segurança, o GPS da viatura e cápsulas de munição encontradas no chão indicam que o Cabo Jorge Alberto Vaz da Silva Júnior, de 28 anos, e o Soldado Rafael Perilo Campos Leal, de 29 anos, são os autores do tiro que atingiu a cabeça de um garoto de sete anos. Os dois estão presos preventivamente acusados pelo disparo, ocorrido na noite do último dia 31 de agosto após uma confusão no trânsito no Setor Bueno em Goiânia.
Pelo que apurou a Delegada Paula Meoti, titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), Silvânio Dias Vieira, de 35 anos, estava com sua esposa Kamila Adriane Furtado da Silva, de 32 anos, e com o filho em uma Pálio Weekend, quando, por volta das 21h15, na Avenida T-3, um motoqueiro começou a discutir com eles e então passou a seguí-los. A discussão continuou até que o motorista fugiu, ocasião em que Silvânio acelerou atrás dele.
Na Rua T-32, uma viatura da PM se aproximou do carro e da moto e o Cabo Jorge Alberto, segundo a delegada, efetuou pelo menos dois disparos. Um dos tiros atingiu o pneu do carro de Silvânio e o outro a cabeça da criança. Os ocupantes da viatura sequer pararam para atender a ocorrência, e na primeira vez em quem que foram ouvidos na DPCA negaram ter efetuado qualquer disparo. Já na segunda Oitiva, tanto o cabo quanto o soldado permaneceram em silêncio, e afirmaram que só se pronunciarão em juízo.
Diante da comprovação de que as cápsulas da munição Ponto 40 apreendidas no local onde o carro foi atingido eram da PM, e com as imagens e os dados do GPS a delegada pediu e a Justiça decretou na semana passada a prisão dos militares. A expectativa é que em um terceiro depoimento os dois acusados relatem, de fato, o que aconteceu. “Nós não sabemos ainda o porque que estes disparos foram efetuados, por isso pedimos a prisão para que eles apresentem sua versão até para que essa prisão possa ser revogada”, destacou Paula Meoti.
Já submetida a duas cirurgias, a criança continua internada em um hospital particular em estado grave porém estável. A delegada disse ter tido informações que a criança ainda não consegue interagir com os pais, e terá que passar por mais três cirurgias.