HOMICÍDIO

Criança de 2 anos morta pelo padrasto em Rio Verde estava com o braço quebrado, afirma delegado

O homem teria matado o enteado porque queria dormir, mas o menino chorava por sentir falta da mãe

O menino de 2 anos de idade que morreu após ser arremessado no colchão pelo padrasto estava com o braço quebrado e apresentava outras lesões de possíveis agressões anteriores. É o que afirma o delegado Adelson Candeo, responsável pela investigação. O caso aconteceu no domingo (20), na residência onde a criança morava com a mãe e o suspeito, em Rio Verde. O homem teria matado o enteado porque queria dormir, mas o menino chorava por sentir falta da mãee por medo do investigado.

De acordo com o delegado, por volta das 4h30 da manhã a mãe saiu para ir trabalhar em uma padaria da cidade e deixou o filho dormindo na casa com o padrasto. Quando a criança acordou, procurou pela mãe, mas não a encontrou.

“Quando ela (criança) percebeu que estava em um ambiente confinado justamente com a pessoa que tinha mais medo, ela começou a chorar e ir em direção a porta. O padrasto se irritou porque queria dormir e mandou a criança ficar quieta. Ele a pegou e jogou na cama e continuou falando pra ela ficar quieta, mas a criança não parava. Ele, então, pegou a criança e atirou no colchão onde ele estava deitado, que é um colchão fino”, explica Adelson.

Após o primeiro arremesso, a criança conseguiu levantar e subir na cama, mas o suspeito a pegou novamente e jogou com força no colchão. Com o impacto, o menino sofreu um trauma na coluna cervical e perdeu os movimentos. Depois começou a sangrar pela boca após ter uma lesão no pulmão.

“Ele ainda pega a criança e joga em um canto falando para ela ficar quieta e ela ficou, mas porque já estava fazendo os últimos movimentos e começando a convulsionar. Nesse momento, ele percebe o que fez e, no desespero, saiu na rua procurando por socorro”, relata o delegado.

Outras lesões

O menino foi levado para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) pediátrica da cidade em estado grave. A equipe médica constatou que houve morte encefálica e acionou o Conselho Tutelar e a Polícia Militar.

O delegado afirma, ainda, que a polícia foi até o hospital para ver a situação do menino e, ao chegar no local, foi informada de que a criança tinha outras lesões pelo corpo. “Teve-se a tristeza de observar a quantidade de lesões que a criança tinha. Lesões nas pernas, nos braços, marca de queimaduras no abdômen, tinha uma lesão na cabeça. Lesões antigas, mas já dava para demonstrar que essa criança era vítima há muito tempo”, conta Adelson.

Reconstituição do crime

O suspeito mostrou aos policiais como jogou a criança contra o colchão, a reconstituição informal foi gravada. No vídeo, ele aponta como a criança sentiu os impactos enquanto demonstrava as agressões com o urso de brinquedo. A filmagem não será mostrada.

“Peguei e joguei. Quando ele caiu, essa parte aqui (aponta para a coluna do urso/menino) foi muito forte. Eu admito que foi forte, já na primeira vez. Quando ele se levantou, foi mais forte ainda. Eu extrapolei. Ele bateu o pescoço e começou a ficar sem ar”, explicou o padrasto no vídeo.

O homem foi preso e levado para a delegacia, onde entrou em contração ao explicar como o menino havia se machucado. Depois, confessou o crime. Ele segue detido por homicídio triplamente qualificado.

*Jeice Oliveira compõe programa de estágio do Mais Goiás sob supervisão de Francisco Costa.