Criança de 9 anos morta pelo vizinho após comprar gelatina é enterrada em Araguari

O corpo de Larissa dos Anjos Sena, de 9 anos, foi enterrado às 14h dessa quinta-feira (30), em Araguari. A menina foi encontrada morta no bairro Gutierrez após sair para comprar gelatina e desaparecer. O suspeito, Juliano de Almeida Ribeiro, 35 anos, vizinho da vítima, foi morto por familiares e amigos da criança e teve sua casa incendiada.

De acordo com a investigação da Polícia Militar, Larissa saiu de casa entre 11h30 e 12h de quarta-feira (29) em direção a uma mercearia próximo de sua casa para comprar gelatina, mas não encontrou o produto. Seguiu então para outro estabelecimento, a cerca de 300 metros de onde morava. Após comprar a mercadoria, a menina não retornou para casa e desapareceu.

Ao perceber a demora da criança, familiares e vizinhos iniciaram uma busca pela região. Em determinado momento, a equipe de buscas se deparou com o suspeito na porta de sua residência, ao ser questionado se havia visto a menina, ele negou. No entanto, um colega de escola de Larissa disse a família que viu o suspeito sentado na calçado quando a menina caminhava pela rua da casa dela, com uma sacola.

O grupo voltou na casa de Juliano, mas ele não permitiu que eles entrassem. Com isso, eles foram em direção a casa da mãe do acusado e pediram que ela abrisse o portão da casa do filho. Ao entrarem na residência, Juliano estava bastante agitado. Após encontrarem a criança morta no quintal, nua, coberta por uma porta, terra e folhas de bananeira, o suspeito foi gravemente agredido. A perícia não confirmou se Larissa foi estuprada.

“Os populares que estavam lá, que nós infelizmente não conseguimos identificar porque tinha parentes, tinha amigos, tinha vizinhos, tinha outras pessoas até desconhecidas, iniciaram diversas agressões contra o autor e, com a chegada das equipes policiais, essas pessoas foram saindo da residência e nos deparamos com o autor bastante machucado, já praticamente, a princípio, sem vida”, disse Tiago Andrade Lana, capitão da Polícia Militar. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi acionado e atestou o óbito do suspeito no local do crime.

Na casa, foi encontrado um caderno com algumas frases como “você consegue dormir em paz?”, “o tempo está acabando”, “o que é a dengue?”, “o que é a Covid 19?”. O objeto foi apreendido e será investigado pela Polícia Civil.

Por volta das 20h45, a residência do acusado foi incendiada. O Corpo de Bombeiros foi acionado e conseguiu controlar as chamas. Um cômodo foi atingido, além de danos materiais. As causas do acidente serão investigadas.

O suspeito tem duas passagens pela polícia, um por lesão corporal e outro por tráfico de drogas. A Polícia Civil investiga a motivação específica do crime, já que não havia testemunha na residência.