Criança vai para UTI após picada de cobra e suposto diagnóstico errado
Menino chegou a ficar com a visão comprometida e corre o risco de ficar com os rins paralisados
Uma criança de 5 anos precisou ser internada em uma UTI do Hospital de Doenças Tropicais (HDT), em Goiânia, após ser picada por uma cobra em uma fazenda, a cerca de 30 km de Ipameri. O caso ocorreu na última segunda-feira (3) e a família critica o primeiro atendimento médico no interior de Goiás. Eles dizem que o quadro de saúde do menino teve piora após diagnóstico e tratamento errado na unidade de saúde no município.
Conforme relato de uma tia da criança, que preferiu não ter o nome revelado, o menino estava próximo a uma lavoura de milho juntamente com a mãe quando foi picado pela cobra. O fato, porém, só foi percebido horas depois, quando o garoto relatou que sentia dores na perna.
“Quando ele disse que estava com dores, os pais já olharam a perna e perceberam que algo estava errado. Foi aí que o menino falou que uma cobra colorida havia lambido a perna dele”, disse a tia.
A mulher conta que logo ao perceber a ferida, os pais levaram a criança ao Pronto Atendimento Municipal de Ipameri. Segundo ela, a família declarou que o menino havia sido picado por uma cobra, mas a médica teria descartado a hipótese e afirmou que o ferimento teria sido causado por um prego.
“Meu sobrinho chegou muito nervoso, chorando muito. Ele acabou sendo pressionado e disse que tinha se machucado em um prego. Antes disso, porém, a família já tinha informado que a ferida tinha sido causada por uma cobra, mas isso não foi levado em consideração. O tratamento adequado não foi feito e o estado de saúde agravou”, relatou.
Piora
Conforme conta a mulher, o garoto foi medicado com soro e liberado posteriormente. Durante a noite, ele teve piora e já na manhã de terça-feira (4) relatou que não enxergava os pais e não conseguia pisar no chão.
Ela conta que a criança foi levada, novamente, ao pronto atendimento de Ipameri. “Neste momento já era outra equipe, que afirmou que o ferimento realmente tinha sido feito por uma cobra. O problema é que o caso já tinha agravado.”
O menino foi transferido em estado grave para uma UTI do HDT. Segundo a tia, a criança corre o risco de ficar com os rins paralisados. “Foi um erro de diagnóstico e a falta de tratamento correto no primeiro atendimento. Se tivesse tratado antes não teria chegado a esse ponto.”
O Mais Goiás tentou contato com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Ipameri, mas as ligações não foram atendidas. O espaço está aberto para manifestação.