SAÚDE

Crise das maternidades: diálogo não foi rompido com a Fundação, diz SMS

O total não repassado pela prefeitura à Fundação chega a R$ 43 milhões

Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara (Foto: Prefeitura de Goiânia - Divulgação)

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia aponta que não houve rompimento do diálogo com a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas da UFG (Fundahc). A entidade gerencia três maternidades de Goiânia e iniciou restrição de atendimentos em Goiânia, na última segunda-feira (18), até que haja “retorno da Prefeitura de Goiânia para solucionar o problema”.

A entidade afirma que sucessivos atrasos em repasses por parte do Paço Municipal deixaram as unidades em situação crítica. Com a restrição, houve a suspensão dos procedimentos e serviços não emergenciais do Hospital e Maternidade Dona Íris, Maternidade Nascer Cidadão e Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara.

Maternidades têm mais de R$ 40 mi a receber da Prefeitura de Goiânia

A Fundação aponta que não houve o repasse previsto em convênio para os serviços prestados em julho e agosto de 2023, que somam R$ 40.590.443,80. Há também atraso de R$ 2.722.458,45 referente ao mês de maio, que deveria ser paga em junho. Assim, o valor total em aberto é de R$ 43.312.902,20.

Em entrevista, o diretor-técnico da Maternidade Nascer Cidadão chegou a dizer que a situação é crítica.  Nunca tivemos numa situação tão crítica e grave quanto estamos neste tempo”, lamentou.

Falta de recursos e nova proposta

A prefeitura justifica a falta de repasses dizendo que desde o final da pandemia, os governos federal e estadual não enviam recursos para o custeio das maternidades, portanto, todas as três maternidades vêm sendo mantidas com dinheiro do Tesouro Municipal

Assim, formou uma comissão para realização de um ajustamento de valores. Além disso, os planos de trabalho das maternidades Célia Câmara e Nascer Cidadão foram redesenhados para que os serviços e valores possam ser adequados conforme realidade pós-pandêmica. 

“A proposta foi enviada à Fundahc que, após avaliação, já fez a devolutiva que passa por uma análise final da SMS. O diálogo com a Fundahc não foi interrompido, inclusive na última terça-feira ocorreu uma reunião entre membros da Fundação e da gestão municipal”, destaca a prefeitura..

Crise das maternidades: atrasos afetam mais de 26 mil atendimentos mensais

Com a restrição dos atendimentos, o cálculo é que as medidas podem afetar mais de 26 mil atendimentos mensais. Juntas, as três maternidades realizam cerca de 1.000 partos por mês, 17 mil exames laboratoriais e de imagem, incluindo mamografias e ultrassonografias, 3.400 consultas médicas, 240 cirurgias eletivas e 5.800 atendimentos de urgência e emergência.