Estelionato

Cursinho oferecia licenciatura e bacharelado sem autorização em Goiânia

Uma investigação que começou em fevereiro deste ano provou que o Instituto Millenium de Educação…

Uma investigação que começou em fevereiro deste ano provou que o Instituto Millenium de Educação e Cultura (IMEC), que funciona na Avenida Tocantins, no Centro de Goiânia, oferecia cursos de licenciatura e bacharelado sem autorização das instituições com quem afirmava ter parceria. Pelo que apurou a polícia, pelo menos 50 alunos dos cursos de Pedagogia e Educação Física ficaram no prejuízo.

Segundo a polícia, a institução oferecia cursos de complementação em graduação mediante convênio com universidades sediadas em outros estados. Contudo, essas instituições não possuíam qualquer relação com o IMEC, e os alunos que concluíram os cursos foram impedidos de exercer a profissão, já que eles não conseguiram emitir certificados junto a seus respectivos Conselhos de Classe.

O golpe começou a ser descoberto quando alunos com licenciatura em Educação Física procuraram o Conselho Regional e apresentaram certificados de Bacharelado assinado pelo IMEC. “Quando verificamos junto às duas instituições que o IMEC afirmava ter convênio, fomos informados que elas sequer conheciam este instituto aqui em Goiânia. Como recebemos mais de 10 alunos com esses certificados, logo desconfiamos que eles haviam sido vítimas de um golpe, e então decidimos procurar a polícia”, informou o Procurador Jurídico do Conselho Regional de Educação Física de Goiás e Tocantins, Samuel Lemes.

De acordo com o que apurou o Delegado Webert Leonardo, titular da Delegacia Estadual de Defesa do Consumidor (Decon), para atrair alunos, o IMEC afirmava ter convênio com o Instituto Batista de Ensino Superior de Alagoas (IBEZA), com a Fundação Barra Bonita de Ensino (FunBBE), e até com a Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. “No decorrer das investigações descobrimos que eles ofereciam não apenas o certificado de bacharelado, mas também de licenciatura para os cursos de Educação Física e Pedagogia, sendo que para nenhum dos dois eles tinham autorização das instituições que afirmavam serem parceiras. Ou seja, os alunos perderam um ou dois anos em sala de aula para nada. Isso sem falar no prejuízo financeiro”, lamentou o delegado.

Cada aluno, segundo a polícia, pagava entre R$ 200 a R$ 300 de mensalidade, além da matrícula de R$ 1 mil. Como o IMEC funciona desde 2011, a suspeita é que somente nos últimos dois anos mais de 50 alunos tenham sido lesados. O diretor administrativo do IMEC, Eilson José Araújo, foi indiciado por estelionato, crime que tem pena prevista de um a cinco anos de reclusão.

A polícia descobriu que o diretor administrativo já respondeu por esse mesmo crime alguns anos atrás. O delegado disse ainda achar pouco provável que os alunos consigam receber de volta o dinheiro que pagaram pelo curso.