De município a bairro: Campinas completa 213 anos neste sábado (8)
Campininha das Flores se sacrificou, enquanto município, para que uma nova cidade surgisse. O bairro é celebrado em datas oficiais
Campinas, o bairro mais tradicional de Goiânia, é mais do que um simples bairro. Foi o local considerado perfeito por Pedro Ludovico Teixeira para a construção da nova capital de Goiás. Campininha das Flores se sacrificou, enquanto município, para que uma nova cidade surgisse.
A cidade que mais tarde se tornaria bairro de uma nova capital surgiu em 8 de julho 1810, após o alferes Joaquim Gomes da Silva Gerais se fixar nas proximidades do córrego Anicuns. Ele estava em busca de ouro, mas encontrou um lugar “de grande beleza”, o qual dispunha de ferro. Nele, se assentou em uma fazenda e doou parte do terreno à Igreja anos depois. Ali nasceu Campinas.
Somente em 1914, Campinas foi elevada à condição de município. Parte dessa beleza, de vastas terras, banhada por rios e de terreno plano, que fez os olhos de Pedro Ludovico Teixeira se assentarem sobre a terra e vislumbrarem a nova capital edificada. A partir de 1933, tornou-se bairro do novo município.
Campinas pagou seu preço. Foi fagocitada pela cidade, se tornou um bairro tomado por comércio varejista e problemas de cidade grande. Mas a memória e a história brotam, como pequenas flores nas fissuras de concreto, nos prédios e casas que ainda resistem mostrando seu antigo traçado, na cordialidade do morador, que ainda carrega ecos do interior goiano em seus gestos.
A história oficial reconhece a importância de Campinas em datas específicas, como neste sábado (8), data do aniversário, em que o bairro se torna a capital do Estado, com direito a anúncio de que projetos de requalificação e de incentivos fiscais do Centro de Goiânia serão futuramente estendidos para Campinas. A Câmara Municipal também transferiu suas atividades e realizou sessão solene no bairro.
No entanto, ainda é preciso que o bairro se torne de fato, no dia a dia, local de convivência e vivência da memória e da história, de pessoas e formas de viver, que estão soterradas por um modelo de cidade que se apressa em crescer. Sem se dar conta que existem vários tipos de riquezas que precisam ser valorizadas.