Defensoria faz recomendações à DGAP sobre Presídio de Planaltina (GO)
Entre o apurado, presos disseram ao órgão que a alimentação é precária e insuficiente no local
A Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO) emitiu recomendações à Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP) sobre o presídio de Planaltina de Goiás, nesta quarta-feira (13). O documento de 40 páginas tem sete recomendações, além de demonstrar a situação dos internos, como insuficiência de alimentação, baixa quantidade e jejum de quase 15h. A inspeção ocorreu em 3 de junho.
Em relação as recomendações, o órgão solicita:
- fornecimento regular de itens de higiene básicos;
- instalação de câmeras de segurança em um “galpão” onde não há o equipamento;
- a criação de um plano de visitas presenciais envio de cartas e fotos;
- informações sobre o acondicionamento dos alimentos;
- alimentação adequada;
- material de leitura e assistência pedagógica;
- e fornecimento de água aquecida para o banho, cobertores e agasalhos.
Relatos de internos do presídio à DPE
À Defensoria, os presos disseram que a alimentação é precária e insuficiente no local. Além disso, em alguns casos impróprias. Para a DPE, ficou constatado que os internos chegam a passar fome no local, com intervalos de até 15h sem comida.
Segundo o relatório, o presídio proíbe a entrega de cobal na unidade, o que agrava a condição de saúde física e mental dos internos. Aos juristas, alguns disseram usar medicamentos para remediar a fome.
Eles também alegaram que as visitas ocorrem por videoconferência, com direito de apenas 20 minutos por mês de contato – o que a DPE vê como risco à saúde mental. Também nesta situação, os internos disseram utilizar medicamentos controlados para minimizar o sofrimento causado pelo isolamento.
“A comunicação com o mundo exterior é condição de saúde mental para quem está preso”, explicou o defensor Marco Túlio Félix Rosa. De acordo com ele, é direito receber visitas, ler livros, jornais e cartas.
DGAP
O Mais Goiás procurou a DGAP para comentar as recomendações da DPE-GO. A diretoria enviou a seguinte nota:
“Todas as recomendações/sugestões das instituições de fiscalização do sistema de execução penal no Estado de Goiás são recebidas e tratadas com a devida responsabilidade e agilidade pela Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP).
A DGAP garante aos custodiados e custodiadas os direitos assegurados pela Constituição Federal e pela Lei de Execução Penal (Lei n. 7.210, de 1984). Mesmo privado de liberdade, são garantidos os direitos fundamentais atinentes aos direitos humanos.
A DGAP obedece, fielmente, aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.”