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Defensoria condena “discurso do ódio” em debate de vereadores de Goiânia sobre LGBTQI+

“Longe de se tratarem de opiniões, tais atitudes discriminatórias reforçam a naturalização das agressões físicas, morais e psicológicas", diz o texto

Plenário da Câmara Municipal de Goiânia (Foto: Jucimar de Sousa/Mais Goiás)

Em nota divulgada no fim da tarde desta quarta-feira, a Defensoria Pública manifestou indignação com a postura de vereadores de Goiânia em uma discussão sobre publicidade LGBTQI+ na Câmara Municipal, que aconteceu horas atrás. A Defensoria enxergou “atitudes discriminatórias” e disse que não houve mera manifestação de opinião no plenário, mas sim “discurso de ódio e preconceito”.

“Longe de se tratarem de opiniões, tais atitudes discriminatórias reforçam a naturalização das agressões físicas, morais e psicológicas voltadas à comunidade LGBTQIA+”, destaca ofício que foi enviado à Câmara. O texto é assinado pelo defensor público-geral do Estado, Domilson Rabelo da Silva Júnior, pelo coordenador em exercício do Núcleo Especializado de Direitos Humanos (NUDH), Leonardo César Luiz Stutz, e demais membros do NUDH.

“Compreendemos que as minorias vítimas de preconceito, ódio e intolerância vivem sob a constante ameaça de violação de suas liberdades, individualidade e privacidade, havendo que travar verdadeiras batalhas judiciais e extrajudiciais pela reafirmação de seus direitos. Elas não estão sozinhas”, pontua o ofício.

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Durante a manhã, o vereador Thialu Guiotti (Avante) afirmou que é contra o que chama de uso de crianças para levantar bandeira do movimento LGBTQI+. “Nós somos seres sociais. Eu sou a partir do outro. Como pode usar crianças para levantar bandeira de movimentos como se isso fosse natural? Minha discussão não é contra o que cada adulto faz, mas sim o uso de criança em propagandas”, disse, em referência a peça publicitária de uma rede de fast food presente na Capital.

Thialu recebeu apoio dos vereadores Sargento Novandir (Republicanos), Cabo Senna (Patriota), Gabriela Rodart (DC) e pastor Isaias Ribeiro (Republicanos).

“Deus criou o homem e a mulher, não criou o homem a mulher e um triângulo. Colocaram nossas crianças para dizer que tudo é normal. Não é normal”, chegou a dizer Cabo Senna na semana passada.

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