Defesa de Cacai comenta revogação da prisão: ‘Não oferece risco para a sociedade ou processo’
Demóstenes Torres acusa delegado responsável pelo caso de negligência
O advogado de Cacai Toledo, Demóstenes Torres, comentou ao Mais Goiás a decisão que revogou a prisão do cliente dele. “A instrução processual está findando e Cacai não oferece risco para a sociedade ou para o processo”, disse em nota nesta quarta-feira (11).
Ainda conforme Demóstenes, “o delegado responsável pelo caso foi no mínimo negligente e deixou de apurar vários indícios de desavenças entre a vítima e moradores de Anápolis, chegando a afirmar que não confirmou encontro entre os supostos autores intelectuais e o executor Welton Vieiga, mas apenas ‘presumiu’ que isso tivesse ocorrido”.
Na terça-feira (10), a 1ª Vara Criminal de Anápolis atendeu o pedido da defesa do ex-presidente do DEM Anápolis, Cacai Toledo, e revogou a prisão preventiva dele, que é acusado de ser o mandante da morte de Fábio Escobar, em 2021.
“Verifica-se que os demais acusados tiveram suas prisões revogadas ao fundamento que o perigo para a instrução processual deixou de existir e que o monitoramento eletrônico se apresenta adequado para o acompanhamento das atividades dos réus, minimizando eventuais riscos a ordem pública”, observaram os juízes Samuel João Martins, Georges Leonardis Gonçalves dos Santos e Nathália Bueno Arantes da Costa ao determinar a liberdade provisória com uso de tornozeleira eletrônica, “com recolhimento domiciliar noturno” entre 22h e 6h.
Nota da defesa de Cacai Toledo
“A instrução processual está findando e Cacai não oferece risco para a sociedade ou para o processo. Além do que dois dos possíveis mandantes foram apontados pelas testemunhas. O delegado responsável pelo caso foi no mínimo negligente e deixou de apurar vários indícios de desavenças entre a vítima e moradores de Anápolis, chegando a afirmar que não confirmou encontro entre os supostos autores intelectuais e o executor Welton Vieiga, mas apenas ‘presumiu’ que isso tivesse ocorrido. Quanto aos coronéis acusadores, ficou devidamente comprovado por testemunhas presenciais que são mentirosos contumazes, tendo agido por ressentimento em relação ao governo estadual por perderem postos de comando.”
Prisão
Cacai foi preso pela Polícia Civil em operação na tarde de 3 de junho deste ano. Ele tinha o nome incluído na lista de procurados da Interpol por suspeita de participação na morte do ex-coordenador municipal da campanha do governador Ronaldo Caiado (União Brasil), Fábio Escobar, em Anápolis.
Segundo as investigações e denúncia do Ministério Público, o ex-coordenador denunciava em redes sociais possíveis casos de corrupção no partido em Anápolis, o qual era gerido por Cacai Toledo. As denúncias envolviam desvios de dinheiro.
Um dos vídeos publicados mostra o momento em que Fábio Escobar devolve R$ 150 mil. Ele acusou Cacai de suborná-lo, na tentativa de que parasse com as denúncias. Para o Ministério Público, essa teria sido a motivação para o crime.
Ainda segundo as investigações, Cacai Toledo, ao lado de Jorge Caiado (primo do governador), teria usado da influência que tinham junto à Secretaria de Segurança Pública para aliciar policiais militares e planejarem a morte de Fábio Escobar.
Fábio Escobar foi morto a tiros por dois homens durante uma emboscada no dia 21 de junho de 2021, no Setor Jamil Miguel, em Anápolis. Para isso, os autores utilizaram um celular para atraí-lo para uma suposta negociação de um terreno.