Defesa de condenado por morte de Priscila Brenda pedirá anulação por crime de tortura
Testemunhas apontaram a decorrência do crime, segundo Leandro de Paula

Leandro de Paula, advogado de Paulo Vitor Azevedo, condenado por matar e ocultar o corpo da adolescente Priscila Brenda em 2012, em Catalão, pedirá a anulação do júri por crime de tortura. “A defesa respeita a decisão do conselho de sentença, todavia não concorda com a condenação imposta ao réu, o qual iniciaremos a fase processual de recurso para buscar a anulação do Tribunal do Júri, em decorrência do crime de tortura apontado pelas testemunhas no processo”, diz sem citar os supostos autores.
Ainda segundo ele, a defesa também buscará nas instâncias superiores a anulação absoluta de todas as provas produzidas de forma ilícita, conforme apresentadas na denúncia de tortura, para que seja realizado um novo julgamento. “Em complemento ao recurso, será requerido também em instância superior que o réu aguarde em liberdade o julgamento dos recursos apresentados pela defesa.”
O julgamento de Paulo começou na segunda-feira (17) e terminou na terça. O júri de Catalão condenou o réu a 26 anos de reclusão. Uma sentença expedida em 2023, anulada após o Judiciário descobrir que um dos jurados pedia justiça pela jovem nas redes sociais, era 8 anos menor.
À época, Paulo foi condenado a 18 anos de prisão. A Justiça entendeu que a postura da jurada comprometeu a imparcialidade do júri. Naquele momento, Claudomiro Marinho Junior, amigo do rapaz, foi inocentado. Ele era acusado de ter envolvimento nos dois crimes praticados contra a garota.
Os dois foram presos em 2014, ambos indiciados por homicídio e ocultação de cadáver. Porém, posteriormente, ganharam direito de responder ao processo em liberdade.
Sobre o caso, testemunhas disseram à Polícia Civil que a jovem entrou no carro de Paulo, que estava com Claudomiro, e não foi mais vista. O corpo da adolescente nunca foi encontrado. Em 2014, a delegada Alessandra Maria de Castro afirmou que havia indícios de assassinato, por isso os acusados foram indiciados por homicídio e ocultação de cadáver.
Quando houve a anulação (apenas no caso de Paulo), a família se revoltou. Em depoimento, o ex-namorado relatou que esteve com a jovem no dia, mas que ela não entrou em seu carro.
Adiamentos
Além de anulado, o julgamento do réu chegou a ser adiado em duas ocasiões, em fevereiro deste ano. Em ambos os casos, por questões relacionadas à saúde.
No começo do mês passado, ocorreria o julgamento de Paulo, namorado de Priscila à época do crime, após a anulação da sentença. Uma testemunha passou mal e a sessão precisou ser adiada. Já em 25 de fevereiro, foi a vez de um jurado não se sentir bem. O júri, então, foi remarcado para 17 de março e terminou nesta terça-feira.
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