RIO VERDE

Defesa nega que suspeito de mandar matar corretor tenha ameaçado outras vítimas

Polícia Civil, encontrou no carro do suposto mandante documentos das três pessoas

Mandante da morte do corretor de imóveis em Rio Verde (Foto: Polícia Civil)

Os advogados que fazem a defesa do fazendeiro Renato de Souza, acusado de ser o mandante da morte do corretor de imóveis Wellington Luiz Ferreira Freitas (de 67 anos), negam que ele tenha ameaçado outras três pessoas.

Segundo a Polícia Civil, o mandante teria planejado a morte de outras três pessoas que tinham feito negociações com ele (a exemplo do corretor). O assassinato desses três seria realizado por outro executor de Barra do Garças (a quem a polícia ainda não identificou). Um dos envolvidos no crime do corretor disse à polícia que soube, por meio do próprio mandante, que essas pessoas estavam marcadas para morrer.

Ainda conforme a PC, durante buscas no carro do susposto mandante, os policiais teriam encontrado documentos dessas pessoas. As três registraram boletim de ocorrência por ameaça contra Renato.

Os advogados Mirelle Gonsalez e Pedro Paulo de Medeiros emitiram nota em que dizem: “segundo a investigação, as supostas vítimas prestaram depoimentos e negaram de forma veemente terem sido ameaçadas”. Veja a nota na íntegra ao fim da reportagem.

Ainda conforme a defesa do acusado, “todas as versões fantasiosas divulgadas até então advêm de um único investigado no processo, que detém extensa ficha criminal e não apresenta elementos concretos para confirmar suas versões mentirosas”.

Segundo os advogados, o suspeito não se recusou a contribuir com a investigação executada pela Polícia Civil. Além disso, possui “ótimos antecedentes e é um cidadão trabalhador em Rio Verde, onde reside em local conhecido”, reforça a defesa.

Relembre a morte do corretor de imóveis de Rio Verde

O corpo do corretor de imóveis Wellington Luiz Ferreira Freitas, de 67 anos, foi encontrado carbonizado em uma propriedade rural às margens da GO-333 no último dia 20 de julho. O idoso estava desaparecido há mais de 24 horas. O corpo foi localizado após a Polícia Civil receber informações de que a caminhonete do homem estava abandonada na rodovia, no sentido Rio Verde/Paraúna.

Dois dias depois, dois suspeitos de participar do homicídio foram identificados e presos. Em depoimento, Rogério Teles contou que recebeu R$ 1 mil para ajudar Rogério Oliveira a “dar fim” em uma caminhonete. Depois de abandonarem o veículo, ele levou o amigo até Iporá, a 200 km de Rio Verde.

Quando localizado em Iporá, Rogério Oliveira confessou ter matado o corretor e confirmou a versão apresentada pelo primeiro detido. Disse ainda que ligou para o idoso com a desculpa de olhar umas terras e, após entrar em uma estrada de chão, estrangulou a vítima com as mãos e depois com uma corda que encontrou dentro da caminhonete. Um laudo pericial apontou que Wellington ainda respirava quando teve o corpo carbonizado.

O detido confessou também que praticou o crime a mando de Renato, que trabalhava no mesmo ramo e teve uma desavença comercial com a vítima. Rogério informou que recebeu R$ 150 mil para executar o corretor de imóveis.

Oliveira já tinha um mandado de prisão em aberto pelo crime de homicídio, em Minas Gerais, e também já respondeu por receptação em Rio Verde. Caio Rodrigues Lima, que teria auxiliado os suspeitos a atear fogo no corpo de Wellington, também foi preso.

Nesta quarta-feira (13), o Ministério Público de Goiás denunciou o suposto mandante e outros três envolvidos na morte do corretor de imóveis de Rio Verde, Wellington Luiz Ferreira Freitas, de 67 anos.

Além de Renato, também foram denunciados por homicídio triplamente qualificado e fraude processual os autores do delito identificados como Rogério Teles, Caio Rodrigues Lima e Rogério Oliveira. Caso condenados, os envolvidos no crime contra o corretor de imóveis podem pegar até 23 anos de reclusão.

Confira na íntegra a nota da defesa do fazendeiro:

Os advogados Mirelle Gonsalez e Pedro Paulo de Medeiros esclarecem que os requisitos legais para Prisão Preventiva não estão presentes. Ele nunca se recusou a contribuir com a investigação executada pela Polícia Civil. Além do mais, possui ótimos antecedentes e é um cidadão trabalhador em Rio Verde, onde reside em local conhecido.

A defesa enfatiza que, segundo a investigação, as supostas vítimas prestaram depoimentos e negaram de forma veemente terem sido ameaçadas. Os advogados respeitam o segredo de justiça estabelecido no processo.

Todas as versões fantasiosas divulgadas até então advêm de um único investigado no processo, que detém extensa ficha criminal e não apresenta elementos concretos para confirmar suas versões mentirosas.

O Judiciário decidirá pela verdade, ouvindo as demais pessoas envolvidas, e se guiando unicamente pela Justiça.

A defesa permanece à disposição para quaisquer esclarecimentos.

Leia mais

Entenda como foi planejado o assassinato de corretor que mobilizou Rio Verde (GO)

Mandante do assassinato de corretor em Rio Verde (GO) continuará preso, diz Justiça

Jovem suspeito de planejar morte de amigo por ciúmes é apreendido em Rio Verde (GO)

Envolvidos na morte de corretor de imóveis de Rio Verde (GO) são denunciados pelo MP