Defesa pede que Caso Danilo seja retomado para que Hian preste novo depoimento
Ele foi o único indiciado por homicídio qualificado e ocultação de cadáver decorrentes do assassinato do menino Danilo. Padrasto foi inocentado na investigação
A Polícia Civil (PC) concluiu, no domingo (9), o inquérito policial montado para apurar a morte do menino Danilo de Sousa Silva, oportunidade em que indiciou Hian Alves por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. O desfecho, porém, parece estar longe do fim. Isso porque, nas próximas horas, a defesa do suspeito vai pedir ao Ministério Público que os autos do inquérito retornem à corporação. O objetivo é fazer com que o suspeito seja novamente interrogado, desta vez, na presença do advogado.
Segundo apontaram as investigações, o suspeito teria assassinado a criança por ódio do padrasto da vítima apontado inicialmente como um dos autores do crime. De acordo com a PC, Hian sabia que ele seria considerado suspeito, dadas as passagens por violência que ele possuía.
Ao Mais Goiás, o advogado de Hian, Gilles Gomes, afirmou que chegou a pedir administrativamente um novo interrogatório, mas não obteve retorno da Polícia Civil. Por este motivo, segundo ele, o fato será levado ao MP.
“Vamos pedir para que os autos sejam remetidos novamente à delegacia para evitar uma eventual anulação do processo penal. Nosso objetivo é que haja nova coleta do depoimento do Hian com a presença de um advogado, assim como determina a lei”, disse.
De acordo com Gilles, há indícios frágeis quanto à suposta autoria de Hian no crime. Questionado sobre as fragilidades, o advogado informou que, por ora, não irá se manifestar sobre o assunto. Ele também afirmou que não procede a informação divulgada pela Polícia acerca do ciúme da relação entre padrasto de Daniloe um pastor morador da região e pai adotivo de Hian.
Presunção de inocência
Sobre o não indiciamento do padrasto de Danilo, preso no dia 31 de julho suspeito do crime, o advogado disse que o fato não repercute contra Hian. “Ele continua sendo protegido pela presunção de inocência. O indiciamento não muda o status de inocência, que só é alterado depois de uma eventual sentença condenatória”, afirmou.
O advogado ressaltou, ainda, que o indiciamento serve para auxiliar o Ministério Público, autor da ação penal, na condução do caso. “Agora o órgão terá três possibilidades: arquivar, denunciar o Hian ou pedir novas diligências para completar as investigações”.
Em nota (confira íntegra), a Polícia Civil informou que o pedido de novo interrogatório foi indeferido, pois o delegado que preside o caso julgou a diligência desnecessária dado o arcabouço de provas e elementos de informação já colhidos. A corporação afirma que o inquérito foi concluído e que agora aguarda parecer do MP para denúncia.
Relembre
Danilo foi encontrado morto de bruços em um lamaçal no dia 27 de julho, após ficar quase uma semana desaparecido. A perícia constatou que ele morreu por sufocamento.
No dia 31 de julho, a Polícia Civil prendeu o padrasto de Danilo e Hian Alves, de 18 anos. Na ocasião, Hian afirmou que teria ajudado o padrasto a matar o menino em troca de uma moto. O padrasto, no entanto, negou a autoria e disse que tudo não passava de uma armação. Uma testemunha teria visto o crime.
Nota da Polícia Civil:
A Polícia Civil informa que o pedido do advogado para novo interrogatório do investigado em sua presença foi indeferido tendo em vista o critério de discricionariedade do Delegado que preside os autos, que julgou a diligência desnecessária dado o arcabouço de provas e elementos de informação já colhidos. O inquérito policial foi concluído e remetido ao Poder Judiciário no domingo (09) e agora aguarda parecer do Ministério Público para denúncia.