JUSTIÇA

Defesa reduz mais dois anos da sentença de acusado por chacina na Serra das Areias (GO)

Ao todo, advogado já reduziu 38 anos da pena inicial de 63 anos

Defesa reduz mais dois anos da sentença de acusado por chacina na Serra das Areias (GO) (Foto: Reprodução)

Condenado em 63 anos no juízo de primeira instância pela morte de quatro jovens na Serra das Areias, em Aparecida de Goiânia, a defesa de Thaygo Henrique Alves Santana, de 27 anos, conseguiu reduzir a pena no Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) para 25 anos no total. Ou seja, redução total de 38 anos.

Entre as decisões da Segunda Turma da Primeira Câmara Criminal, está, mais recente, o reconhecimento de prescrição do crime de corrupção de menores, além da “redução da sanção para o mínimo previsto em quanto aos delitos de homicídio”. Os dois anos da prescrição foram publicados nesta segunda-feira (18); os outros 36 anos há cerca de um ano e meio.

Já sobre o caso, o crime ocorreu em 19 de agosto de 2013. As vítimas, mortas a tiro, foram Neylor Henrique Gomes Carneiro, 18 anos, Denis Pereira dos Santos, 16, Daniele Gomes da Silva e Raissa de Souza Ferreira, ambas de 15.

Consta no processo que Thaygo queria matar Neylor. Para isso, teve a ajuda de dois menores e Alison Pereira Costa e Silva. À época, o promotor de Justiça Paulo Pereira dos Santos informou que Thaygo era o cabeça, pois ficou com ciúmes de sua namorada e Neylor – ele, inclusive, chegou a confessar, em setembro daquele ano.

Defesa

Welder de Assis Miranda, advogado de Thaygo, explica que, por meio da apelação, conseguiu reduzir 36 anos (indo para 27) – com  diminuição da pena para o mínimo previsto em relação aos delitos – e, com os embargos, mais dois anos (indo a 25) com a prescrição do crime de corrupção de menores. “Conseguimos aplicar o crime continuado”, explica, ainda, sobre a apelação.

O defensor ainda irá pedir a nulidade com recurso especial ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), por meio de recurso especial, e ao Supremo Tribunal Federal (STF), com recurso extraordinário. Segundo ele, “por negativa de autoria, pois os jurados julgaram contra as provas dos autos. Eles ficaram em dúvida, o resultado foi quatro a três, uma decisão bem divida”.

Thaygo segue preso em Ponta Porã, Mato Grosso do Sul. Ele chegou a cumprir pena e fugir do Complexo Prisional de Aparecida, durante rebelião, em abril de 2019, mas foi detido no outro Estado, seis meses depois.

Chacina

No dia da chacina, era por volta de 10h30 quando Thaygo e os demais partícipes foram até a casa de Raissa e pediram que ela falasse onde Neylor morava. Ela estava com amiga Daniele, que também foi forçada a entrar no carro que o autor estava.

Quando encontraram Neylor no local indicado, o obrigaram, junto com Denis, a entrar no carro. Eles, então, seguiram para a Serra das Areias.

Segundo os autos, ele seguiu com os comparsas – Alison em outro veículo – até o local, onde Neylor, Raíssa e Daniele foram assassinados com tiros na cabeça. Já Denis foi morto em um lugar mais longe. As três primeiras vítimas tiveram os corpos carbonizados.