Dejetos de fazenda em Aruanã mataram peixes no Rio Vermelho, diz polícia
Dono de propriedade rural que fica perto de Aruanã foi indiciado por crime ambiental
A mortandade de várias espécies de peixes no Rio Vermelho, e em dois lagos localizados em Aruanã, e Britânia, foi provocada por dejetos oriundos do confinamento de gado. A conclusão é da Polícia Civil, que indiciou o dono de uma propriedade rural por crime ambiental.
As investigações conduzidas pela Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (DEMA), começaram em fevereiro passado, quando milhares de peixes apareceram mortos no Rio Vermelho, no Lago dos Tigres, e no Lago Acará. Após percorrerem mais de 50 quilômetros nos Rios Vermelho e Araguaia, agentes daquela especializada, e peritos da Superintendência de Política Técnico Científica (SPTC) chegaram até uma fazenda, perto de Aruanã, que tinha milhares de cabeças de gado.
“Nós observamos que na parte alta desta propriedade existia um lago com água limpa, e repleto de peixes, mas logo abaixo dele encontramos, já no Rio Vermelho, várias espécies mortas, e a água bastante turva. Os peritos, então, constataram que os dejetos decorrentes do confinamento de gado ficavam espalhados na pastagem, e, com as chuvas, e a água do irrigamento, eram levados diretamente para o Rio Vermelho. Um pivô desta fazenda também encontrava-se em uma planície de inundação do rio, implicando em riscos de carreamento de defensivos e fertilizantes agrícolas para o manancial”, destacou o delegado Luziano de Carvalho, titular da DEMA.
Com o laudo pericial em mãos, o delegado concluiu o inquérito, e indiciou o dono da propriedade rural por provocar, pela emissão de efluentes, ou carregamento de materiais, o perecimento de espécimes da fauna aquática existente em rios, lagos, açudes, lagoas, baías, ou águas jurisdicionais brasileiras, crime que tem pena prevista de reclusão, de um, até três anos, ou multa. O nome e idade do dono da propriedade não foram divulgados.