Morte em investigação

Delegado diz que motorista de aplicativo fazia parte de quadrilha de roubo de gado

De acordo com o delegado André Fernandes, depoimentos de testemunhas e vestígios encontrados no local foram determinantes para essa confirmação

“A família quer que esclareça todos os pontos”, afirma advogado

O motorista de aplicativo Fábio Junior Oliveira Santos, de 38 anos, fazia parte de uma quadrilha especializada em roubo de gado. Isso é o que afirma o delegado André Fernandes, que está na investigação do caso. O motorista foi um dos quatro mortos após confronto com a Polícia Militar (PM), em Varjão, no último dia 31 de outubro.

André conta que a conclusão aconteceu após confronto de depoimentos de testemunhas com vestígios encontrados no local do embate. “Após o ocorrido nós fomos no local do crime e encontramos três testemunhas. Uma delas disse que escutou a troca de tiros, mas não esteve no local. O segundo alegou que foi ao local logo após a troca de tiros e já se deparou com os quatro mortos. Já o terceiro disse que cruzou, momentos antes do confronto, com um Chevrolet Classic com quatro pessoas”, conta.

O delegado destaca que essa terceira testemunha foi questionada pelo motorista se sabia a existência de uma fazenda que vendia cavalos. A testemunha alegou que não conhecia o homem e que mais informações deveriam ser consultadas com a PM. “Com isso, um funcionário desse proprietário que o grupo procurava alegou que o patrão tem mais de 1 mil cabeças de gado. Ambos alegaram que o motorista e os demais ocupantes estavam tranquilos. Após mostrar a foto do motorista, os dois reconheceram ele com toda a certeza. Por isso, como já foi dito, afirmamos que ele sabia o que estava fazendo“, enfatiza.

A esposa de Fábio, Mayza Jacinto, prestou depoimento à corporação na tarde da última quarta-feira (6). O intuito dessa oitiva, segundo André, era para traçar um perfil sobre o motorista. “Ela destacou que ele tinha um relacionamento normal com a família. Alegou que não aceita coisa errada. Ela só soube posteriormente que o veículo estava com o financiamento atrasado”, ressalta.

O delegado destaca que, no aplicativo em que Fábio trabalhava, consta apenas um corrida de curto período dentro de Senador Canedo. André também conta que Fábio já tinha uma passagem pela polícia por crime relacionado à Lei Maria da Penha. Os demais mortos tinham passagens por crimes como porte de arma, tráfico de drogas, assalto a mão armada, entre outros registros criminais.

A expectativa é de que o inquérito seja finalizado em até 20 dias. André destaca que outras pessoas serão ouvidas e que aguarda a finalização dos laudos periciais.

Relembre o caso

Fábio Júnior foi visto com vida pela última vez no final da madrugada do dia 29 de outubro, quando saiu da casa onde morava com a mulher e filhos, em Senador Canedo, para trabalhar como motorista para um aplicativo. Dias depois, familiares encontraram o corpo dele no Instituto Médico Legal (IML) de Aparecida de Goiânia. Eles teriam sido informados de que o homem foi morto junto com outros três durante uma troca de tiros com policiais militares.

Após o suposto confronto, que deixou os quatro ocupantes do Classic mortos, os PMs apresentaram três revólveres, uma espingarda uma touca ninja e um alicate corta vergalhão, que estariam com os suspeitos. Fábio Júnior era o único que estava com documentos. Contudo, a morte dele não foi comunicada à família. Isso chamou a atenção da Polícia Civil (PC).

Foi montada uma força-tarefa e solicitada a perícia no veículo e no corpo do motorista para descobrir de quais armas saíram os disparos que o atingiram.