Delegado suspeito de abuso sexual contra ex-miss trans em Goiânia é afastado
Delegado Kleyton Manoel Dias trabalhará em uma unidade administrativa a partir de segunda (8), segundo a Polícia Civil
A Polícia Civil afastou de suas funções o delegado Kleyton Manoel Dias, suspeito de praticar violência sexual contra a miss trans Jade Fernandes. A informação foi dada pelo jornal O Popular e confirmada com a polícia, na manhã deste domingo, pelo Mais Goiás.
A partir desta segunda-feira (8), Kleyton vai trabalhar em uma unidade administrativa. Em nota, ele afirma que está à disposição das autoridades que investigam o caso, que é inocente e que “está muito abalado com o ocorrido, cuidando de sua família, esposa e filho”.
Na nota, Kleyton pede a todos “cautela nas conclusões precipitadas, que aguardem as conclusões das investigações no esclarecimento dos fatos”.
Sobre o caso que envolve o delegado
Em depoimento, a vítima relatou que teria ido à festa de um jornalista, que fechou uma boate em Goiânia, na quinta-feira (4). O delegado também era um dos convidados do evento. No final da festa, o jornalista foi embora e Kleyton teria oferecido uma carona para a vítima e para uma outra mulher.
Em um primeiro momento, o delegado teria deixado a outra mulher em casa e, logo após, seguiu para a casa da vítima. Durante o caminho, Kleyton teria colocado ela no porta-malas e a estuprado. Em seguida, deixou a vítima na casa dela, no Setor Jaó. Câmeras de segurança registraram a miss trans saindo do carro nua.
De acordo com o amigo que divide a casa com a vítima, Ricardo Amaral Dias, ela chegou em casa dopada e bastante machucada. O homem disse que acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e a vítima foi encaminhada para uma unidade de saúde, onde recebeu atendimento.
Ricardo ressaltou que o delegado ainda teria ameaçado a vítima. Pela manhã, a miss teria ligado para o jornalista que organizou a festa para contar sobre o caso e foi aconselhada por ele a não denunciar o crime devido à influência do delegado. Ricardo foi quem teria incentivado a vítima a procurar justiça.