SAÚDE

Dengue e chikungunya: Governo cria força-tarefa para investigar óbitos em Goiás

O estado já contabiliza em 2024 um total de 36 mortes por dengue e uma por chikungunya

Mosquito aedes aegypti (Foto: PX Here - Divulgação)

A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES) criou uma força-tarefa para investigação dos óbitos suspeitos de serem causados por doenças transmitidas pelo mosquito aedes aegypti. O estado já contabiliza em 2024 um total de 36 mortes por dengue e uma por chikungunya, segundo a última atualização da quinta-feira (29).

No caso da dengue, outras 55 mortes ainda aguardam análise do Comitê Estadual de Investigação de Óbitos Suspeitos por Arboviroses.

A estratégia, montada na Superintendência de Vigilância em Saúde (Suvisa), conta com o reforço de mais profissionais de saúde, que avaliam os registros de mortes feitos pelos municípios goianos, por meio dos prontuários médicos. O comitê, que antes tinha uma reunião semanal, agora realiza as análises quase que diariamente.

Com isso, segundo a pasta, houve aumento em mais de 200% o encerramento das investigações dos óbitos por dengue. No dia 21 de fevereiro, por exemplo, Goiás tinha apenas 9 mortes confirmadas e outras 66 em investigação.

“Esses óbitos vinham se acumulando devido à dificuldade de obter os prontuários dos pacientes, relatórios de investigação domiciliar. Com a força-tarefa, tivemos esse incremento (de mortes confirmadas) exatamente por causa da agilidade no recebimento de informações do paciente, reuniões mais frequentes das equipes de investigação, para que pudéssemos encerrar os óbitos”, explica o secretário de Estado da Saúde, Rasível Santos.

O titular da SES disse ainda que foi realizado um trabalho com os municípios para o envio dos relatórios de investigação domiciliar com as UPAs e hospitais para receber os prontuários mais rapidamente. “Recebidos os prontuários e demais relatórios, foram todos analisados e a gente pôde confirmar essa quantidade de óbitos que temos hoje”, afirmou.

Casos de dengue e chikungunya em Goiás

Goiás tem hoje 33.538 casos confirmados de dengue e outros 78.798, notificados. Quando comparados os casos notificados nas oito primeiras semanas de 2024 (75.090) com o mesmo período de 2023 (23.936), houve um aumento de 213% nos registros de dengue em Goiás.

As mortes por dengue já foram registradas em 16 cidades diferentes, sendo os municípios de Anápolis e Luziânia os que mais contabilizam óbitos, com 7 já confirmados em cada. Apenas em janeiro e fevereiro deste ano, a Regulação Estadual já registrou 879 internações pela doença nas unidades de saúde estaduais. Nesse mesmo período do ano passado, o número de internações foi de 83.

O cenário epidemiológico fica ainda mais preocupante com o registro do primeiro caso do sorotipo 4 em Goiás. Um exame de biologia molecular, realizado no Laboratório Estadual de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (Lacen-GO) confirmou um caso em Goiânia.

Hoje, o sorotipo 1 da doença ainda é o predominante, correspondendo a 62% dos registros. Há também um aumento nos registros do sorotipo 2, considerado mais grave.

No caso da chikungunya, já são 1.926 confirmações e 2.594 casos notificados. O primeiro óbito pela doença em 2024 foi confirmado essa semana pelo comitê estadual. Trata-se de uma idosa, de 72 anos, natural de Serranópolis, no sudoeste goiano.

Atualmente, 114 municípios goianos estão em situação de emergência para arboviroses.